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Modo de usar & co. #4

Modo de usar e co. #4

Tenho em minhas mãos meu exemplar da revista impressa Modo de usar & co., editada por Angélica Freitas, Marília Garcia e Ricardo Domeneck. A edição, como sempre, está belíssima e conta com a participação de uma turma admirável, dos quais enumero apenas alguns: Omar Khouri, Ricardo Aleixo, Reuben da Cunha Rocha, Edimilson de Almeida Pereira, Juliana Krapp, Jussara Salazar, Fabiano Calixto, Ismar Tirelli Neto, Veronica Stigger, todos com poemas matadores. Isso sem falar nas traduções de Pier Paolo Pasolini, John Cage, Ovidio, Eiríkur Örn Norðdahl, entre outros.

Colaboro neste número com a tradução do poema “Elegia para a Rainha de Sabá”, de Léopold Sédar Senghor. Peça a seu livreiro. Eu já tenho o meu.

Na Modo de Usar e Co.

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Apesar de um pouco sumido, várias notícias quentíssimas têm circulado pela sala do Salamalandro. Vou atualizando aos poucos. Felizmente, sendo o assunto poesia, não preciso funcionar como a mídia midiática, viciada no calor dos fatos. Afinal, como dizia o Pound: “poesia é notícia que permanece notícia, novidade que permanece novidade”.

No mês passado, tive a alegria de aparecer na revista Modo de Usar e Co. O editor, que considero um dos melhores leitores de poesia contemporânea hoje e dos poetas que mais admiro, Ricardo Domeneck, fez e postou uma boa seleção de poemas de Use o assento para flutuar.

Para acessar, basta clicar aqui. Reproduzo abaixo uma página do livro, tal como postada na Modo.

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Não é a primeira vez que apareço por lá. O poeta congolês Tchicaya U Tam’si teve, provavelmente, sua primeirimagesa tradução brasileira, feita por mim, publicada no dia 9 de fevereiro deste ano de 2013. Tchicaya é o autor de obras como Mauvais sang e Feu de brousse e os poemas que escolhi fazem parte da Anthologie de poésie africaine, organizada pelo poeta e romancista Alain Mabanckou. Segundo ele, a négritude francesa não chegou a tocar a obra de Tchicaya.

Quanto a mim, penso que poemas como “Le signe du mauvais sang [O signo do sangue ruim] guardam um parentesco todo especial com o Cahier d’un retour au pays natal e o pensamento de Aimé Césaire. Além disto, esse poema faz referência ao “Mauvais sang” de Arthur Rimbaud que, pouca gente sabe, é um dos precursores da literatura africana do século XX. Em Une saison en enfer, Rimbaud se revela um dos raros autores europeus a se referir a sua própria “raça” sem o velho orgulho, critica seus ancestrais gauleses e afirma “je suis un nègre”, frase que atingiu em cheio os jovens negros que andavam pela Paris dos anos 1930 em busca de uma linguagem própria.

Tchicaya U Tam’Si significa “passarinho que canta sua aldeia” em sua língua congolesa, o que condiz bastante com a obra desse magnífico africano.

Para ler minhas traduções na Modo de Usar e Co., o clique no link.

birago diopEm anos anteriores, outras traduções minhas foram publicadas na franquia virtual desta revista. Uma de que me orgulho muito é a de Birago Diop, poeta que, apesar de bissexto, escreveu um dos poemas mais célebres do continente africano. “Souffle [Sopro]” é um desses poemas-epígrafes, rodeado de misticismo, mistério, fetichismo, ancestralidade. Nele, estão as bases do pensamento animista de boa parte dos povos que habitam há milênios a África.

Além de poesia, escreveu contos inspirados nas narrativas dos Griots que, segundo ele, lhe eram contados por sua avó quando criança. São os Contes d’Amadou Koumba e os Nouveaux contes d’Amadou Koumba.

Diop é da mesma geração dos poetas da Negritude, contemporâneo deles no collège Louis le Grand, se não me falha a memória.

Clicando aqui, você acessa os poemas de Birago Diop na Modo.

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E por falar em Négritude, foram exatamente os principais idealistas desse movimento os primeiros a, generosamente, aparecer na Modo. Domeneck fez uma recompilação dos poemas de Léopold Sédar Senghor que postei anteriormente aqui no Salamalandro, além de dois poemas de Aimé Césaire, que ele postou por lá por ocasião da sua morte em 2008.

Clique aqui para ler os poemas de Léopold Sédar Sengor

Clique aqui para ler os poemas de Aimé Césaire.

Eu já disse isso antes, mas vale a pena repetir: a revista Modo de Usar (tanto a versão impressa como a imagesvirtual) está entre as melhores coisas que rolam hoje em língua portuguesa. Revista independente, tem o mérito de não tratar a literatura como uma instituição, e sim como uma grande comunhão. Editada por Angélica Freitas, Marília Garcia e Ricardo Domeneck, divulga cotidianamente poetas dos quatro mil cantos do mundo. De Ricardo Aleixo a Jerome Rothenberg, de Gertrude Stein a Fabiano Calixto, dos cantos maxacali a Haroldo de Campos.

www.revistamododeusar.blogspot.com.br

Revista Mallarmargens

Dentre as mais interessantes revistas virtuais que tenho lido, a revista Mallarmargens está cada dia mais recheada de bons poemas, textos admiráveis, fotos e muita informação sobre poesia contemporânea. Editada por Alexandre Guarnieri, Andréia Carvalho, Lara Amaral, Marceli Andresa Becker, Nuno Rau e Paula Freitas, se vale das novas maravilhas do blogger, para o design.

Tive a honra de publicar ali um poema meu inédito. Uma festa bacana, meu poema-orgia. Mas indico aos que forem por lá circularem mais.

www.mallarmargens.com

Revista Coyote #23

Demorou, mas graças ao aparecimento da Rô Candel, uma nova amiga, tenho finalmente em mãos a Revista Coyote número 23. Como sempre, ela está repleta de coisas boas. Dou destaque especial para o poema “Discurso por ocasião de um congresso internacional de pessoas jurídicas”, do Bruno Brum, que tive a honra de ver nascer e para as traduções do meu camarada Reuben da Cunha Rocha, dos poemas de Gregory Corso, dentre os quais me divirto em reproduzir um aqui. Mas tem mais: Moacir Scliar, Bernardo Vilhena, Márcia Tiburi, Beatriz Bracher e por aí vai. Para adquirir seu exemplar, é só encomendar no Sebo do Bac ou no site da editora Iluminuras.

Céu de Cambridge

Olho pra cima
e milhares de recém-nascidos
sangram da vela dos meus olhos;
filhos e filhas de cera derretida
sangrados do útero dos olhos.
Ah esta é a mais lenta das horas
nuvens das nuvens qual flores que demoram
até uma nuvem tornar-se todas
e eu ficar cego.

A última coisa que enxergo
é um pássaro no alto cantar destemido
e ainda ouvirei no céu seu último bramido
antes que a rajada arebente a asa.

[Gregory Corso traduzido por Reuben da Cunha Rocha]

Revista Coyote 22

Não é segredo nenhum que sempre espero ansioso pelo próximo número da Coyote. Uma revista semestral que chegou ao seu 22º número sem perder a juventude, sem se render aos vícios do mercado e, pelo contrário, alimentando-o com informação nova (nem sempre aproveitada como merece) não é para os blasês.

E a nova edição, que me chegou das mãos do Ademir Assunção, está um primor. Enorme foi a minha surpresa ao encontrar ninguém menos que Manuel António, poeta galego (traduzido por Jerusa Pires Ferreira e Josias Abdalla Duarte) que me foi apresentado há vários anos pelo meu amigo Andityas Soares de Moura, também seu tradutor. Tem também os contos sinistros do Sandro Eduardo Saraiva, vários poetas vivíssimos, como Solivan Brunaga e Paulo Moreira, uma cena de Veronica Stigger, poemas do nonsense Edward Lear e para fechar no up (upa!), uma entrevista inquieta com o poeta Geraldo Carneiro.

Tem mais, muito mais.

Informe-se no www.zonabranca.blog.uol.com.br ou compre seu exemplar no www.iluminuras.com.br.

Revista Pitomba

Revista Pitomba

Uma das grandes alegrias de 2011 foi receber das mãos do meu amigo Reuben da Cunha Rocha um exemplar da revista Pitomba, produzida na cidade de São Luís, com o seguinte editorial ocupando as duas primeiras páginas:

Quer fazer, faz.

Organizada e editada pelo próprio Reuben e dois outros maranhenses da porra, o Bruno Azevedo e o Celso Borges, com textos e traduções deles mesmos e de outros de lá, a revista traz também poemas de Gregory Corso, Allen Ginsberg, Thurston Moore, alguma sátira e divertidas ilustrações. Tudo numa edição simples, barata e bem feita. Uma festa.

Revista Coyote nº. 21

“A partir de um certo ponto não há mais retorno.
Esse é o ponto que deve ser alcançado.”
[Von einen gewissen Punkt an gibt es keine Rückkehr mehr.
Diser Punkt ist zu erreichen.]

Franz Kafka traduzido por Silveira de Souza.

O que gosto na Revista Coyote, editada a cada estação por Rodrigo Garcia Lopes, Marcos Losnak e Ademir Assunção, é que elas estão sempre cheias de novidades. Não são como a maioria dos periódicos e círculos literários brasileiros que pairam circularmente sobre os mesmos problemas ou os mesmos vícios. A Coyote é inventiva sem ser concretista, rebelde sem ser porralouca, contemporânea sem se enfiar em classificações predefinidas. É uma das poucas revistas de poesia impressas sobreviventes no Brasil com alguma longevidade. “News that stays news”. Novidade que permanece novidade. Notícia que permanece notícia.
Ao longo dos 5 anos e pouco de Coyote, já passaram alguns dos melhores por aquelas páginas: Antonin Artaud, Raymond Queneau, Marcelo Sahea, Julio Cortázar, José Lino Grunewald, Douglas Diegues, Heriberto Yépez, Phillip Larkin, Chacal, e. e. cummings, João Filho, Paulo Leminski, Wilson Bueno, Frank O’hara, José Agripino de Paula, Georges Bataille, Luiz Roberto Guedes. Ah, uma lista tão rica e surpreendente. Entre conhecidos e desconhecidos, éditos e inéditos. Tenho pena do que seria a poesia brasileira hoje sem esta revista. Depois de tantos anos e esforços, a Coyote deveria ganhar um mecenas.
Escrevo isso enquanto folheio o espetacular número 21, publicado no inverno de 2010. O número traz uma seleção de aforismos de Franz Kafka, uma seleção-homenagem ao escritor curitibano recém-falecido Wilson Bueno, autor da primeira novela escrita em portunhol no Brasil, poemas de Leopoldo María Panero, Ivan Justen Santana, Mariana Ianelli. E uma entrevista com Marjorie Perloff, boa para aclarar pequenas dúvidas nessa época de incertezas e muita dispersão.

Revista Celuzlose

Está no ar a revista Celuzlose nº 07. Para quem não conhece a revista, é uma iniciativa bacana, divulgando de tempos em tempos novidades e perenidades da poesia brasileira viva. No número 07, você lê uma entrevista com Armando Freitas Filho e alguns de seus poemas, Bruno Brum, Roberta Ferraz, Thiago Ponce de Moraes, Chiu Yi Chih, o chileno recém-camarada Ignacio Muñoz Cristi. Ana Ramiro e Beatriz Bajo falam na sessão “O que é poesia”. André Dick fala sobre Rimbaud e disponibiliza algumas traduções-invenções, de sua autoria. E tem ainda o poeta e tipógrafo ouropretano Guilherme Mansur, com uma sequência de poemas visuais! Uma belezura.

Além de folhear a revista Celuzlose nº 7 aqui no Salamalandro, você pode também descobrir os outros números no www.celuzlose.blogspot.com

Vale a pena!

Leo Gonçalves no Jornal de Poesia

Lá pelo ano de 1996, navegava-se de um jeito bem diferente pela internet. Não havia google, nem sites de relacionamento tão acessíveis, emails eram para poucos. Mas já havia o Jornal de Poesia, um site criado e mantido pelo poeta cearense Soares Feitosa. Era de fato um grande feito, pois já naquela época, ele havia conseguido reunir o mais amplo acervo de poesia da língua portuguesa. Me lembro de explorar esse site com entusiasmo, trocando ideias com meu amigo Marcelo Terça-Nada! e colaborando com poemas que ainda não estavam por lá. Eram os anos dourados da internet e tudo era muito promissor. Hoje, o site é um dos mais completos do Brasil e conta ainda com uma “banda hispânica” e com a parceria da Revista Agulha, que é comandada pelos poetas Claudio Willer e Floriano Martins.

Esta semana, fui agraciado com uma página no jornal. Ainda em fase de construção. Minha presença do Jornal de Poesia começa com os ensaios “William Blake Hoje”, publicado originalmente no caderno Pensar, do Estado de Minas e “Antologia antilhana: um livro inventa o presente”, ensaio que publiquei em 2008 na revista Roda – Arte e cultura do Atlântico Negro, na ocasião dos 60 anos da Anthologie de la nouvelle poésie nègre et malgache de langue française, organizada por Léopold Sédar Senghor.

Em breve haverá mais no site: poemas e outros apetrechos. Para dar uma chegadinha, é só clicar no link aí embaixo.

www.jornaldepoesia.jor.br/leonardogoncalves.html