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Revista Mitocôndria #2: Lançamento

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Participo, no próximo domingo, do lançamento desta revista de que tanto gosto da capa ao miolo, das letras pretas ao editorial, das pessoas envolvidas à forma de fazer.

O lançamento acontece das 10 às 13h do dia 28 de junho, em Belo Horizonte, no Sindicato dos Jornalistas (Av. Álvares Cabral, 400). Ouvi dizer que a palavra vai girar por lá, ferir os ouvidos, limpar os canais da audição.

Apareça.

Revista Coyote nº. 25

Revista Coyote nº 25 - Londrina - Primavera - 2013

Sexta-feira. 11.7.2014. Noite de lua cheia. Chego em casa e encontro meus exemplares da revista Coyote nº. 25, que eu esperava ansiosamente.Neste número tem a tradução que fiz do ensaio “Do pornotempo e outros instantes ejaculados” do Heriberto Yépez. A edição (como sempre) ficou primorosa e com ótimos trabalhos: Federico García Lorca, Edgar Vasques, Carla Diacov, Luiz Bras, John Ashbery, Ade Scndlr, Gustavo Pacheco, Felipe Pauluk, Les Stone, Lara Mantoanelli Silva, Bernardo Brandão, Joseph Brodsky e Adelaide Do Julinho. Isso sem falar nos editores Ademir Assunção, Marcos Losnak e Rodrigo Garcia Lopes. Uivos para a Coyote, essa revista longeva e resistente.

Procure seu livreiro e peça o seu. Distribuição nacional (em livrarias) pela Editora Iluminuras.

*

Do pornotempo e outros instantes ejaculados
(trechos)
Heriberto Yepez

1.
Quando a bomba de Hiroshima caiu, o que espatifou foram nossos conceitos lineares e cíclicos do tempo. A partir de então, o tempo ia ter um caráter radioativo, instável, decompondo-se cada vez mais de maneira irregular, perdendo partículas, ficando mais leve, desfazendo-se, e por isso mesmo, ameaçando tudo o que contém em si. Vivemos tempos amargos dos quais se pode esperar apenas re-runs e radioatividade.

3.
A existência do presente é a prova de que o tempo está avariado.

5.
Blake depois do junk-food: a Eternidade está apaixonada pelas Sobras do Tempo.

11.
Num mundo em que a autodisciplina da ética profissional é a moralidade mais alta, a impontualidade é o grande pecado mortal. O relógio de pulso é o Grande Irmão.

16.
O tempo não caminha: sai de moda. A moda é outra das categorias capitais de nossa civilização. As estações naturais foram substituídas pelas temporadas da moda. Nosso tempo está tão fragmentado que ninguém perceberia que o tempo é cíclico a não ser pela mudança física que as modas impõem ao planeta. A moda é a grande regularidade das nossas culturas. Já teríamos esquecido há cinco décadas do sentido periódico dos fenômenos se não fosse pelo eterno retorno do casaco.

7.
Nosso tempo se expande em forma de obesidade e se contrai em forma de anorexia. A única viagem possível ao passado é a dieta; ao futuro, a gula.

1.
Os antigos e os poetas conceberam a ideia de um tempo reversível. Tal como inumeráveis mitos primitivos, Rilke e Carpentier, por exemplo, imaginaram situações nas quais o metal regressava dos artefatos que o homem havia feito até suas minas subterrâneas, como em um grande rewind cósmico. Um devir ao contrário, um tempo caranguejo que caminha para trás. Nós, os modernos, por outro lado, concebemos um tempo que vai rumo ao futuro (ao contrário do tempo caranguejo). Mas tanto um como o outro são mitos fantásticos, mera ficção-filosófica. Nem o tempo vai normalmente rumo ao passado, nem tampouco rumo ao futuro (que o futuro não existe é algo que até os punks já sabiam). De fato, a ideia de que caminhamos rumo ao futuro é mais absurda que a suposição de que o tempo regressa ao passado. O tempo não viaja a nenhum lugar. O tempo permanece sempre sobre si mesmo. O tempo não avança: trava. Isto explica, por outro lado, a comprovável imobilidade de nossas vidas.

Revista Mitocôndria

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Foi lançada no dia 10 de maio a revista Mitocôndria – a cultura que respira a cidade 01. Coordenada pela jornalista Janaina Cunha, conta com uma equipe dream team. Ricardo Aleixo, como editor adjunto e colaborador, além ainda de Chico Cereno, Ice Band, Simone Castro, Magali Simone, Daniela Mata Machado, Black Josie e muitos outros. Já no número 1, traz o melhor do que a vida noturna pode nos oferecer: dança, teatro, festa, García Marquez, Hip Hop, Graffitagens, A admirada Grace Passô e muito e sempre mais.

Tive a honra de ser citado e comentado, com fotografias da participação que fiz ao lado de Bruno Brum no sarau do Memorial, no dia 29 de março de 2014, além de ter poemas (meus, do Bruno e do Wagner Merije) distribuídos ao longo das páginas da revista. É que a ideia é trazer à tona tudo o que respira, tudo o que pira e que a mídia – já tão soterrada e saturada de mais do mesmo – não quer dizer. Janaina dá a letra:

A poesia não tem tempo, história ou argumanto. Não é bela nem ruim. Não demanda erudição. A poesia é cotidiana, como pausas em ambiente de histeria coletiva – mesmo quando abrasiva. É fato em si, tangível embora dinâmico, pela capacidade de assumir contornos flexíveis, como a própria estrutura que a originou. E nesse ritmo a Mitocôndria abre caminho para os poetas, sem a responsabilidade de atribuir-lhes mérito ou demérito. Sem avaliar trajetória ou pertencimento. Porque o poeta não é feito de; apenas sente que é e assim se faz. Os aspectos formais são posteriores a isso.

Para conseguir exemplares, você deve escrever para
revistamitocondria@gmail.com ou ligar para (31) 3267-2419.

Modo de usar & co. #4

Modo de usar e co. #4

Tenho em minhas mãos meu exemplar da revista impressa Modo de usar & co., editada por Angélica Freitas, Marília Garcia e Ricardo Domeneck. A edição, como sempre, está belíssima e conta com a participação de uma turma admirável, dos quais enumero apenas alguns: Omar Khouri, Ricardo Aleixo, Reuben da Cunha Rocha, Edimilson de Almeida Pereira, Juliana Krapp, Jussara Salazar, Fabiano Calixto, Ismar Tirelli Neto, Veronica Stigger, todos com poemas matadores. Isso sem falar nas traduções de Pier Paolo Pasolini, John Cage, Ovidio, Eiríkur Örn Norðdahl, entre outros.

Colaboro neste número com a tradução do poema “Elegia para a Rainha de Sabá”, de Léopold Sédar Senghor. Peça a seu livreiro. Eu já tenho o meu.

A nova poesia brasileira vista por seus poetas

A nova poesia brasileira vista por seus poetas - Suplemento Literário de Minas Gerais

No próximo sábado, dia 15 de junho, será lançado na livraria Scriptum (Rua Fernandes Tourinho, 99 – Belo Horizonte) o número especial do Suplemento Literário de Minas Gerais. Nesta edição, 54 poetas indicam trabalhos de poetas nascidos depois de 1960 que mais lhes tenham marcado.

Participo desta edição com a seleção do poema “Lagos” da Mônica de Aquino, seguido de um comentário. Tarefa sempre difícil a de selecionar um poema dentre tantos que me marcaram. Para o meu gosto, faltaram poemas de Bruno Brum, Ricardo Aleixo, Anderson Almeida, Marcelo Sahea, Marcelo Ariel, Ricardo Silvestrin, Ronald Augusto, Luciana Tonelli, Michelle Campos, Jorge Emil e tantos outros!

Em todo caso, a edição está excelente. Esperemos que outras dessa apareçam em breve.

Quem não puder ir ao evento, pode baixar aqui mesmo (basta clicar na imagem). Quem puder, não deixe de adquirir seu exemplar impresso. É gratuito e a edição é histórica.

O que: Lançamento do número especial do Suplemento Literário de Minas Gerais
Onde: Livraria Scriptum (Rua Fernandes Tourinho, 99 – Belo Horizonte)
Quando: Sábado, dia 15 de junho a partir das 11h

Revista Mallarmargens

Dentre as mais interessantes revistas virtuais que tenho lido, a revista Mallarmargens está cada dia mais recheada de bons poemas, textos admiráveis, fotos e muita informação sobre poesia contemporânea. Editada por Alexandre Guarnieri, Andréia Carvalho, Lara Amaral, Marceli Andresa Becker, Nuno Rau e Paula Freitas, se vale das novas maravilhas do blogger, para o design.

Tive a honra de publicar ali um poema meu inédito. Uma festa bacana, meu poema-orgia. Mas indico aos que forem por lá circularem mais.

www.mallarmargens.com