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Ações poéticas do Poro

Intervalo, respiro, pequenos deslocamentos. Em edição bilíngue, o livro do Poro chegou desviando discurso. Premiado pelo Programa Brasil Arte Contemporânea da Fundação Bienal de São Paulo e Ministério da Cultura, é um trabalho belíssimo e de extremo cuidado com mínimas minúcias, cores, palavras, pixels. Organizado pelo Marcelo Terça-Nada e a Brígida Campbell, tem edição bilíngue (inglês-português) e traz textos de: Daniela Labra (pesquisadora e curadora – Rio de Janeiro), André Mesquita (pesquisador e ativista – São Paulo), Newton Goto (artista, pesquisador e curador – Curitiba), André Brasil (pesquisador da área de comunicação – Belo Horizonte) , Wellington Cançado & Renata Marquez (arquitetos, curadores e pesquisadores – Belo Horizonte), Anderson Almeida (escritor – Belo Horizonte), Luiz Carlos Garrocho & Daniel Toledo (pesquisadores e criadores cênicos – Belo Horizonte), Ricardo Aleixo (poeta, curador e ativista cultural – Belo Horizonte).

Para saber mais, clique no link:
www.poro.redezero.org/livro/

Vídeo documentário sobre o Poro

Ações efêmeras. Ou seja, ações sutis. Delicadas ações que podem passar desapercebidas. “A pessoa bruta não liga pra nuance das coisas” (mautner). Pequenas doses de beleza em paredes, em folhas, enxurradas. Desde 2002 inventando intervenções nos espaços públicos, o Poro acaba de lançar o seu primeiro documentário. Produzido em parceria com a Rede Jovem de Cidadania, o filme de 22 minutos mostra várias das principais ações que o Poro vem desenvolvendo nos últimos 8 anos.

Para saber mais, é no blogue oficial do poro:
http://poro.redezero.org/video/documentario/

MIP2 – Sobreabismos

 

viaduto santa tereza

Quem já ouviu falar do viaduto Santa Tereza, pode pensar que se trata de uma obra prima da construção civil. Mas não é. É apenas um dos muitos lugares inóspitos da cidade, construído originalmente para a travessia de carros e pedestres. Não é longo: caminhando com calma, pode-se atravessá-lo em 10 minutos. Seus famosos arcos e os postes antigos que o iluminam dão-lhe um ar pitoresco, e pode ser animado pela imensa faixa de céu que se abre acima, o sol que se esconde à esquerda, atrás da praça da estação, e a feia linha do metrô que passa por baixo. Também passa embaixo o rio Arrudas que, de tão feio e fedorento, foi coberto de cimento e asfalto. Olhando na extremidade que está conectada ao centro, vemos muitos prédios. E por todos os lados, asfalto e tráfego. Embora por ali passe sempre muita gente, sua função é a de unir os bairros da região leste de Belo Horizonte ao centro, garantindo o tráfego funcional do município.

A proposição se chama Sobreabismos. Duas bacias dispostas lado a lado em cada extremidade da calçada direita. Em uma delas, água. Na outra, uma combinação de pigmentos que lembram algum minério extraído das minas gerais. A performer Cinthia Mendonça pisa na bacia com água, molha bem os pés descalços e depois se deixa sujar com o pó amarelo-avermelhado da outra bacia. Segue então seus passos até o outro lado da ponte. O trabalho, que faz parte da programação da MIP2 (Movimentação Internacional de Performance), teve seu início na sexta-feira, dia 07 de agosto às 14h e foi até o pôr do sol. No percurso, observações, contatos humanos, encontros previsíveis e imprevisíveis, diálogos, descobertas, um rastro colorido no chão e a teimosa vontade da artista de ser elo entre os dois lados do incontornável precipício que habita o indivíduo da cidade grande.

Às 16:30, começa outra performance, desta vez na praça da estação. Durante duas horas e meia, o grupo Xepa realiza a Edificação: muros construídos com tijolos limpos cor laranja. Os tijolos, encaixados um por um pelos performers, não levam cimento e são colocados num ângulo levemente deslocado até o ponto de cair. Por alguns instantes, a simbologia de dureza e rigidez é forçada ao ponto de tornar-se movimento. O resultado final é um conjunto de esculturas-instalações que fazem da cinzenta praça um lugar apocalíptico e colorido por onde o passante pode sentir que está ou entre barricadas ou no meio de um quadro surrealista. Infelizmente, por questão de tempo, só pude ver esse trabalho no momento em que os realizadores já não estavam presentes. Mas, enquanto passava por ali, por volta das 19h, por entre as muretas caídas e abandonadas, ainda pairavam no ar algumas reflexões.

A palestrante portuguesa Suzana Vaz, comentou a idéia de Joseph Beuys de que “todas as pessoas são artistas” para concluir algo mais ou menos assim: “Quanto a mim, acho que a maioria das pessoas atualmente sofre de uma certa normalpatia que as leva a não entender nada que não caiba nos moldes do sistema consumista. É claro que essa minha opinião não está livre de discordâncias, mas assim é como eu vejo”.

Em Belo Horizonte, nesta época do ano, o sol se põe antes das 18h. Nesse horário, o centro está repleto de pessoas que vão e vêm em busca das conduções que as levarão de volta para casa. Na praça da estação, especialmente, há muitos pontos de ônibus que levam até os bairros mais periféricos da cidade. É realmente um grande e rápido fluxo de gente. E, exatamente por esta razão, uma operadora de telefonia móvel resolveu instalar ali um ruidoso balão dirigível vermelho com a notícia de sua mais nova promoção, eclipsando as Edificações do Xepa. E, enquanto eu caminhava pela populosa praça, onde as pessoas não podiam deixar de olhar para o imenso outdoor que a todo momento ameaçava alçar vôo, eu sentia a melancolia de quem anda sobre abismos. Os mesmos e incontornáveis abismos que distanciam de ações propositivas como estas e muitas outras que participam da MIP2, as imensas procissões cotidianas do consumismo e da normalpatia.

MIP 2 – Movimentação Internacional de Performances

MIP - Movimentação Internacional de Perfoirmance

Belo Horizonte é palco da MIP – Movimentação Internacional de Performance. O encontro, que já povoa a cidade há duas semanas, com workshops e intervenções no espaço urbano, recebe artistas performers de todo o mundo e é organizado pelo Ceia – Centro de Experimentação e Informação de Arte. A mostra de performances acontece entre os dias 3 e 9 de agosto.

Abertura: 3 de agosto de 2009 às 14h no Espaço 104 (Praça Rui Barbosa, 104, Centro – Belo Horizonte, Brasil)

[Sugestão (noite): traje azul]

Acesso: entrada franca

Para saber mais: www.ceia.art.br/mip

wtc babel s. a.: como adquirir

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lancei o poema WTC BABEL S. A. no dia 19 de janeiro de 2009, com uma tiragem de apenas 100 exemplares. o projeto inicial era o de que o livro fosse apenas um dos suportes possíveis do poema. também pensei em fazê-lo como gravação em áudio, montá-lo num filme-colagem e, principalmente (o formato que me parece melhor), tudo isso ao mesmo tempo numa performance.

o evento inicial foi um acontecimento muito bom, revelador mesmo pra mim. o trabalho lançado em pleno mês de janeiro, com advertências de que as pessoas interessadas estariam de férias, na véspera de um acontecimento importante no cenário da política mundial (a posse de barack obama e o fim da era bush, que não deixa de ser, de certa forma, a era inaugurada lá na bomba atômica), tudo isso não atrapalhou o sucesso do evento, que contou com a minha performance e a exposição de uma parafernália inventada pela jéssica gonçalves.

desde então muita gente tem me procurado querendo saber como adquirir um exemplar. a notícia que tenho para dar é a de que não pretendo disponibilizá-lo tão cedo na internet. e que os interessados poderão ter o orgulho de fazer um módico investimento nas letras nacionais.

quem quiser adquirir o seu exemplar, poderá me escrever uma mensagem e eu responderei dando as coordenadas. o livro custa r$12,00. com mais a tarifa do correio, deve ficar em média uns r$13,50 pelo brasil afora.

flávio nickel e seus poemas antimísseis

o lançamento do WTC Babel S. A. foi um acontecimento especial. muita gente boa, bons bate-papos, uma cachacinha para acompanhar e muita conspiração prometida para o ano de 2009 em pleno 19 de janeiro.

estava entre os convidados, meu amigo flávio nickel, com quem já andamos ensaiando umas traduções da poesia de allen ginsberg.

na saída, ele me disparou um elogio e me entregou um envelope. “leia isso”, e se foi. são os geek poemas. uma série de poemas visuais anti-mísseis baseados em linguagem html e em outras parafernálias genias. vale a pena conferir:

by flavio nickel
by flavio nickel
by flavio nickel
by flavio nickel

o flávio escreve no favela cultural: www.favelacultura.blogspot.com

escola autônoma de feriado

escola autônoma de feriado

até quando podemos pensar que nem tudo que almejamos em termos de ação viva está inteiramente condicionado pelas relações mediadas por dinheiro ou pelas coibições típicas dos aparelhos coercivos?

a escola autônoma de feriado é uma espécie de recriação, um passo a mais no já revolucionário “carnaval revolução”. a proposta é a de abrir a cabeça para reinventar um dos feriados mais tradicionais do brasil. a idéia de se pensar “outras formas de”, já dentro do fazer de uma “outra forma de se fazer carnaval”.

na edição 2009, a programação está repleta de vida. serão ao todo 10 oficinas, show com 6 bandas e 4 djs, bazar livre, mostra de culinária e anti-culinária repleta de receitas veganas, intercâmbio de softwares livres e por aí vai.

quanto a mim, este salamalandro que vos fala, apresentarei o diálogo-proposição “a lente objetiva do poema”.

para saber mais, é lá no www.azucrina.org/eaf

poema passageiro: mostra sesc artes 08

começou hoje, na cidade de são paulo, a proposição “poema passageiro”, inventada por ricardo silveira. e vai até o dia 20 de outubro. serão 9 poetas, 1 por dia, exibindo seus vídeo-poemas a cada hora nas tvs instaladas em alguns ônibus da cidade. além disto, esta proposição ganhou um “bônus”: os mesmos poemas estarão na linha verde do metrô e nas livrarias nobel e siciliano. a programação é a seguinte:

11/10 chacal
12/10 rodrigo garcia lopes
13/10 ricardo domeneck
14/10 marcelo montenegro
15/10 ricardo silveira
16/10 angelica freitas
17/10 bruna beber
18/10 marcelo sahea
19/10 ana rüsche
20/10 leo gonçalves