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Biscate Social Club + WTC Babel

Esta semana, tive a honra de ser o poeta convidado para o Biscate Social Club, um blog bem humorado, informativo e corajoso, criado por algumas meninas que, como o Salamalandro, escrevem contra a hipocrisia da “moral e os bons costumes”.

Quando Luciana Nepomuceno me pediui, eu tinha alguns poemas para sugerir. Preferiram este, que é a primeira parte do WTC Babel S. A., lançado por mim mesmo pela Barbárie Edições em 2008.

Divirtam-se: www.biscatesocialclub.wordpress.com

adiar o dia de sair do mar

O número 1.338 do Suplemento Literário de Minas Gerais, correspondente aos meses de Setembro e Outubro de 2011 veio cheio de matérias interessantes. Logo de cara, você encontra uma entrevista com Augusto de Campos concedida a Cristina Monteiro de Castro Pereira. Ele, o Augusto, que na minha opinião se encontra num momento todo especial de sua vida, aos 80 anos em plena criatividade e abertura. Um poema de e. e. cummings traduzido pelo próprio Augusto e aproveitando a deixa, um curto ensaio de Fabrício Marques sobre Augusto de Campso e Paulo Leminski. Em seguida, Sérgio Medeiros compartilha seus e-mails com um crítico. Três contos de Marcílio Castro. Comentários de Marília Rothier Cardoso sobre a correspondência entre Mário de Andrade e Henriqueta Lisboa. Poemas em prosa de Alexandre Guarnieri. “O roubo”, poema de Eucanaã Ferraz. “Similhana”, conto de Ildeu Geraldo de Araújo. Resenha sobre o livro A invenção do crime, de Leida Reis. Renata Marquez lança um olhar sobre “Habitáveis” da artista plástica Liliane Dardot.

Na última página, um poema meu. “Transatlântico” pode não ser uma obra-prima, mas é dentre os meus poemas um dos que mais gosto, pela revelação e a tragicidade que se esconde sob as águas azuis desse oceano que meus ancestrais atravessaram e onde tantos ficaram.

Para quem quiser lê-lo na íntegra, tenho aqui o pdf disponibilizado pelo site da Secretaria de Cultura de Minas Gerais. Clique aí e leve.

Palestra em Paraty

Se alguém procurar por mim, digam que fui para Paraty. Até domingo, estarei envolvido com a programação paralela proposta pelo Clube de Autores.

Hoje, dia 06 de julho às 17h, para começar o papo, darei uma palestra sobre poesia e seus aspectos não literários. Quem estiver por aqui, chegue mais.

A casa do Clube de Autores fica na Rua da Lapa, 371.

Conversa com Marcelo Dolabela


(Foto: Daniel Protzner)

A sorte que tive na primeira ZIP, podendo acompanhar boa parte da programação no mês de abril, não se repetiu em maio. Sei que no decorrer do mês aconteceram momentos inesquecíveis, como o bate-papo entre as admiráveis poetas Thais Guimarães, Mônica de Aquino, Mariana Botelho e Ana Elisa Ribeiro. Também teve o lançamento do livro O silêncio tange o sino, da Mariana Botelho, oficina com Álvaro Andrade Garcia e Henrique Roscoe, o 1mpar, teve exposição, intervenções e bate-papo com o Marcelo Kraiser e muito mais coisas as quais eu gostaria muito de estar presente.

Mas tive a honra de estar por lá no dia 12 de maio para uma enriquecedora conversa com Marcelo Dolabela, intermediada pelo Ricardo Aleixo. Dentre as coisas que mais falamos, a que considero mais importante é a profunda ausência dos poetas de minha geração. Não há publicações, não há esforços para se autopublicarem ou, quando há, não há grana. Pouco se pode dizer da maioria dos que escrevem e têm até, digamos, 40 anos. Também desapareceram os fanzines, as pequenas revistas, as autopublicações coletivas. Tudo ficou confinado a blogs, facebooks e outras facilidades que estão aí mais em prol das aparentes pessoalidades virtuais do que da veiculação de poesia.

Está lançado o desafio.

um poema

Orpheu fala


não. nossa falta
não foi olhar para trás:

burlamos o jogo
safamos num salto

fugidos do inferno
fugidos, enfim.

ninguém cogitou
vir atrás de nós

fugir pro vazio
faz bem às crianças?

os olhos se abriram
depois da grande fuga?

ouvimos ao relento
as vozes mortais

o mundo-ruído
favelas cidades diachos

eurídice, eu disse
a gente não quis?

rumo às estrelas?
morarmos com elas?

não. não foram as mênades
foi o sinal de menos –

nos olhamos desertos
à beira do rio

estarrecidos embevecidos
das horas do amor

e aqui restamos
oca pedra cantante

enquanto o vento a morte
a noite e a tempestade

não cessam de passar por nós.

*

(para a p.)

hoje eu decidi fazer um soneto

hoje eu decidi fazer um soneto.
do meu jeito, não tenho pretensões
de ser vinicius, mattoso ou camões.
hoje eu decidi fazer um soneto.

em segredo: vai que surgem espiões
da cia ou qualquer serviço secreto
ou mesmo um escritor analfabeto
querendo engalobar meus palavrões.

ou pior: vai que um crítico perverso
depois de escarafunchar o meu verso
encontre mensagens subliminares.

não. por isso eu o fiz e logo
deletei dei logout lancei fogo
e fui pra rua ver os malabares.

(leo gonçalves)

Simpoesia 2010

Começa nesta sexta, dia 05 de novembro, o Simpoesia 2010, III Simpósio de Poesia Contemporânea. Durante os três dias do evento, teremos a presença de poetas do Brasil e do mundo em meio a lançamentos de livros, leituras e performances. Entre os vários convidados, teremos Bruno Brum, Arjen Duinker (Holanda), Eva Batlickova (República Tcheca), Antônio Vicente Pietroforte, Ismar Tirelli, Claudio Daniel e muitos outros.

Eu também participarei. Apresentarei, no dia 07, a minha performance Poemacumba, às 18h.

O Simpoesia III acontece na Casa das Rosas e é organizado por Virna Teixeira. Para saber mais notícias, é no seguinte endereço:

www.simpoesia.com