déjame amarte
me gusta el sabor de tu sangre espesa
lo guardo desde hace tiempo en mi boca desdentada
su ardor me quema garganta abajo
me gusta tu sudor
me gusta acariciar tus axilas
bañadas de alegría
déjame amarte
déjame lamer tus ojos cerrados
déjame abrasarlos con mi lengua de punta
y rellenar sus cuencas con mi saliva
déjame cegarte
***
quieres mi vientre para alimentarte
quieres mi cabello para saciarte
quieres mis riñones mis senos mi cabeza afeitada
quieres que yo me muera lentamente lentamente
que yo muera murmurando palabras de niño
***
quiero mostrarme desnuda ante tus ojos cantantes
quiero que me mires gritar de placer
que mis piernas flexionadas bajo un gran peso
te empujen a ciertos actos impíos
que el pelo liso de mi cabeza
se enrede entre tus uñas curvas de deseo
que te pongas de pie, ciego, creyente
mirando desde arriba mi cuerpo desplumado
(traducción: leo gonçalves y maría josé pedraza heredia)
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laisse-moi t’aimer./j’aime le goût de ton sang épais/je le garde longtemps dans ma bouche sans dents./son ardeur me brûle la gorge./j’aime ta sueur./j’aime caresser tes aisselles/ruisselantes de joie./laisse-moi t’aimer/laisse-moi sécher tes yeux fermés/laisse-moi les percer avec ma langue pointue/et remplir leur creux de ma salive triomphante./laisse-moi t’aveugler.
***
tu veux mon ventre pour te nourrir/tu veux mon ventre pour te rassasier/tu veux mes reins mes seins ma tête rasée/tu veux que je meure lentement lentement/que je murmure en mourant des mots d’enfant
***
je veux me montrer nue à tes yeux chantants/je veux que tu me voies criant de plaisir/que mes membres pliés sous un poids trop lourd/te pousse à des actes impies/que les cheveux lisses de ma tête offerte/s’accrochent à tes ongles courbés de fureur/que tu te tiennes debout aveugle et croyant/regardant de haut mon corps déplumé.
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encontrei este poema no livro poesia erótica em tradução, de josé paulo paes. o poema é de joyce mansour, uma poeta inglesa de origem egípcia que escrevia em francês surrealista. no livro, ele já tem uma excelente tradução para o português. mas para dar o meu toque, fica a tradução para o espanhol (agora com a cumplicidade da maría josé e graças à sugestão do francisco). com todo o nosso carinho.
Olá, Leonardo,
você precisa melhorar bastante o seu espanhol improvisado antes de traduzir poesia para esse idioma.
Não leve a mal, eu gostaria de ter recebido este conselho há uns vinte anos quando fiz umas traduções muito elogiadas – e muito ruins – que tive a sorte de evitar a tempo que fossem publicadas numa revista literária. Tive a falta de pudor e a sorte de mostrá-las antes a um grande poeta colombiano, que foi inteiramente sincero quanto a qualidade do meu espanhol literário. Bom, quando se trata de poesia, está longe de ser bastante. Até hoje prezo sua honestidade e sua ajuda.
Como dizem os hispânicos, ganha-se um amigo criticando um sábio e um inimigo criticando um tolo. Conto que você se enquadre no primeiro caso.
Um abraço,
Olá Francisco,
Obrigado pelo comentário. É claro que não o traduzi com pretensões a ser um bom autor de língua espanhola. O fiz de brincadeira e exercito cada dia não ter medo do ridículo. De qualquer forma, levo muito em conta o que você falou. Quando eu o revisar, te avisarei para que você veja se gostou, pode ser assim?
Abraço,
Leo.
Parabéns, Leonardo.
Está infinitamente melhor.
Um abraço,