Arquivo da categoria: Poesia & arredores

Expresso Poesia | Casa das Rosas

A partir do próximo sábado, a Casa das Rosas apresenta o projeto Expresso Poesia. Quinzenalmente, o Museu oferecerá um breve momento de descontração: a cada encontro, um poeta convidado manterá contato direto com o público, apresentando um pouco de sua obra.

No primeiro dos encontros, o poeta convidado serei eu. Apresento um pouco da performance “Em caso de incêndio queime lentamente”. Aproveitarei a ocasião para fazer uma pequena sessão de autógrafos do livro Use o assento para flutuar (2ª edição), que acaba de ser publicado pela Editora Crisálida.

EXPRESSO POESIA: O STAND-UP DA CASA DAS ROSAS
POR LEO GONÇALVES
20/01 às 14h30.
sábado, 20 de janeiro de 2018, às 14h30

Mais informações: www.casadasrosas.org.br

Use o assento para flutuar | 2ª edição

Foram meses de espera, um ano se passou desde que chamei os leitores para colaborar para a nova edição de Use o assento para flutuar. Aventuras ocorreram. Viajei para longe nesse meio tempo sempre com vontade de tê-lo comigo para mostrar aos amigos pelo mundo afora. Tive dúvidas se a edição sairia mesmo, como tudo o que duvidamos quando tarda muito para acontecer. Felizmente fui sempre acalmado pelo editor, Oséias Silas Ferraz, que sempre me deu alguma posição, me garantindo que aconteceria sim. E enfim: aconteceu. Aí está o livro. Impresso, ficou bonitão. Estou em lua de mel.

O livro pode ser adquirido dos seguintes modos:

Compre comigo mesmo, pessoalmente. Para me achar, basta acompanhar aqui mesmo no www.salamalandro.redezero.org a agenda de atividades que realizarei nos próximos meses.

No próximo sábado, dia 20, estarei em São Paulo: me apresento na Casa das Rosas às 14h30 inaugurando o projeto Expresso Poesia, que a casa organiza.

E no sábado seguinte, dia 27, participarei da Feira de Inutensílios, na casa de Ricardo Aleixo, em Belo Horizonte.

(Para ambos os eventos, aguardem mais notícias neste blog)

Pode comprar também nas melhores livrarias do país. Para isso, aguarde alguns dias até que comece a distribuição. O leitor pode, para adiantar, encomendar a seu livreiro preferido.

Um lugar onde não faltará nunca: a Livraria Crisálida, sede da própria editora. Ela fica no Edifício Maletta, em Belo Horizonte. Avenida Augusto de Lima, 233 – Sobreloja 25 (telefone: 31 3222 4956).

Você também pode encomendá-lo pelo site da Editora Crisálida, onde você encontrará mais informações sobre o método de pagamento e o prazo para a entrega. O link é: http://crisalida.com.br/livros/NE5493/9788587961884/use-o-assento-para-flutuar.html

Os amigos, claro sempre sabem como falar comigo.

É agora como nunca | em Portugal

Está disponível desde maio, para o público português, o livro É agora como nunca: antologia incompleta da poesia contemporânea brasileira. Organizado por Adriana Calcanhotto, o livro foi inicialmente publicado no Brasil pela Companhia das Letras e deu bastante assunto na virada do ano. Entre críticas e salvas de palmas, foi lançado nas principais cidades do Brasil, sempre com participação dos autores em leituras de poesia.

Dou destaque especial para a manhã de autógrafos em que estive presente em Belo Horizonte, na companhia das poetas Camila Nicácio, Alice Sant’anna, Ana Martins Marques e Simone de Andrade Neves. Também tive o prazer de participar do evento que teve lugar no Tapera Taperá, na região central de São Paulo.

“A reunião dos poetas sabe-se incompleta e é totalmente pessoal, intransferível, autoral, ou o contrário. Um instantâneo da poesia brasileira agora, em volume único para viagem”, afirma a organizadora no prefácio da antologia. Despretensiosa, ela procura fazer uma narrativa à sua maneira das diversas vozes (em seus cantos, se tanto) que perambulam pelas páginas do Brasil atual. “A arrumação do ritmo do livro por inteiro funcionou como um delicioso exercício de composição”, ela comenta.

É para mim uma grande honra estar entre poetas que tanto admiro, e selecionado por uma artista que sempre demonstrou imensa sensibilidade para a poesia como linguagem (o disco “A fábrica do poema” nunca me saiu da cabeça). A edição também é motivo de festa, tomando parte que estamos numa bela coleção de poesia que inclui também Paul Celan, Luis Cernuda, Philip Larkin, Cesare Pavese, Antonio Machado e tantas e tantos outros.

É agora como nunca: antologia incompleta da poesia contemporânea brasileira
Organização e apresentação de Adriana Calcanhotto
Lisboa: Editora Cotovia, 2017
À venda nas melhores livrarias de Portugal

Mais informações no site da editora:
www.livroscotovia.pt

É agora como nunca

Feliz e em boa companhia, é como me sinto com esse livro cuja capa você pode ver logo acima. A lista dos poetas aparece lá mesmo, então nem precisarei listar. E a festantologia “É agora como nunca”, que sai num par de dias pela Companhia das Letras, já está repleta de atividades. Com dois lançamentos já marcados (dia 22/2 em SP e dia 18/3 em BH), tudo indica que ela agitará a vida do meu prestes a re-sair Use o assento para flutuar. Aguardem novas novas.

Use o assento para flutuar ganha segunda edição

USE O ASSENTO PARA FLUTUAR, 2016 Começaram os preparativos para a segunda edição de Use o assento para flutuar, que agora sairá pela editora Crisálida, em parceria com a Adelante.

Para facilitar o processo editorial, garantir a realização da edição e  definir melhor a tiragem, já disponibilizamos o livro para vendas antecipadas.

A data prevista para o lançamento é 15 de dezembro. O local e a hora serão divulgados em breve.

O Salamalandro manterá, durante todo o processo, uma página específica, destinada às notícias e informações sobre o livro e os dados referentes à aquisição (link na barra ao lado)

Para adquirir antecipadamente seu exemplar, basta seguir as orientações abaixo:

Dados para depósito ou pagamento via Paypal: 

Banco Itaú
Ag. 3144
c/c 39146-7, em nome de Livraria Crisálida Ltda
CNPJ [pra quem precisar fazer TED ou DOC]: 03310289/0001-33
Para pagar via Paypal é simples:
Acesse o portal: www.paypal.com.br
>Fazer login
> Realizar a transferência de valor para livraria@crisalida.com.br
Na hora de depositar, confirme
– Se prefere o envio pelo correio. Neste caso, o valor é R$ 35,00 (tarifa do correio incluída).

– Se prefere recolher o livro no dia do lançamento, com autógrafo do autor. Neste caso, o valor é R$ 30,00

Uma vez realizado o pagamento, basta avisar à editora através do email: livraria@crisalida.com.br

*

Para maiores informações, acesse a página:
https://salamalandro.redezero.org/poesia/use-o-assento-para-flutuar/

ou acesse este link para entrar em contato com o autor: https://salamalandro.redezero.org/contato/ 

 

Revista Polichinello #17 ─ Por uma vida não-fascista

Revista Polichinello nº 17 - Por uma vida não-fascista [http://revistapolichinello.wixsite.com/poli17]

Esta seria uma edição impressa, mas a direção foi outra, por incompatibilidade com dias tão difíceis. O cenário por aqui, de uma esfera a outra, declina por vias mais e mais sinistras. Efeito do espectro que assombra o país, vertiginoso retrocesso. Com leis e medidas em favor dos interesses mais reacionários, tudo devidamente agenciado por uma política que persegue, sem dissimular, conquistas sociais, e opera com a lógica de subtração e sequestro, com violação e exclusão, que esvaziam possibilidades, como diz o Esposito: «desonerando a vida».

Verdadeiro trabalho de resistência é a permanência desta revista Polichinello, comandada por Nilson de Oliveira. De grande importância na cena literária brasileira, tão carente de publicações do gênero, ela vem sendo mantida pela força da vontade de seus editores. Usualmente, é uma publicação impressa. Sintomático que justo no momento do crescimento de uma mentalidade fascista e conservadora, que obsessivamente se coloca contra iniciativas culturais como esta, o dinheiro necessário para sua realização tenha faltado. Nesse sentido, a coragem de manter de pé seu propósito inicial, ainda que garantindo apenas sua publicação virtual que, ainda assim, é de grande urgência.

Por uma vida não-fascista.
Neste número, se pode ler textos de René Char (com tradução de Contador Borges), Beatriz Preciado (tradução minha), Edmond Jabés (tradução de Eclair Antônio A. Filho). Poemas de Leo Gonçalves, Leonardo Gandolfi, Eduardo Sterzi, Marília Garcia. Ensaios de Élida Lima, Michel Foucault, Carolina Villada Castro. E tantas coisas mais!

Por uma vida não-fascista. Sim, é disso que precisamos. Não deixar que o monstro domine os cérebros vazios.

Quem quiser ler, é lá no: http://revistapolichinello.wixsite.com/poli17

Um poema de Ana Pérez Cañamares

CAPITALISMO

O homem seboso e engravatado aparece em nossa cama todas as noites
depois de foder com o universo vem e nos sussurra cantigas de ninar
sua obsessão por nós não descansa nunca
em nossos sonhos nos persegue
fantasiado de cachorro, de vendedor, de padre
de espiga de trigo, de revólver no bolso
fantasiado de morte, fantasiado de vida

sei que ele gosta de você com olheiras
tem tesão em me ver cansada
gosta de mim magrinha embora me tente com guloseimas
e de você elegante embora machuque seus ossos

me impele a me embebedar mas não por diversão
e sim para esquecer
que minhas horas de ócio acabam sempre no negativo

quando estamos a ponto de adoecer por esgotamento
nos premia com umas férias
e nos estende as passagens como o caçador
lança um osso ao galgo que enforcará no dia seguinte

me instiga a desejar coisas que não necessito
embora ele nunca tenha para mim um presente

diz que meus inimigos são aqueles
que querem o mesmo que eu
porque não há o suficiente
nunca tem o suficiente para todos

e nos cobra pelo que não é de ninguém
pela água da chuva
pelo sol e pela areia
pelas clareiras nos bosques
e pelos mananciais

sequestra meu amor dez horas por dia
e o devolve cada dia mais velho

com seus braços lascivos abraça minha filha
e eu grito foge!
─ vi os primeiros sinais de rendição
em seu rosto inocente ─
mas não sei mostrar a ela a porta de saída

e mais do que com a minha felicidade, ele se preocupa
em flagrar em meu rosto um rastro de consolo
que me permita chegar até a próxima trégua

todo dia me bota um café na boca
para aguentar, e logo um comprimido
para acalmar meus nervos para que eu descanse e durma
enquanto ele continua fazendo o que bem quer

(às vezes se deita em cima de mim e eu com os olhos abertos
olho para o teto, e se ele nota me diz
que já é hora de pintá-lo)

envenena a comida com o que me alimenta
me proíbe de fumar enquanto aumenta minha ansiedade
e me tira as chupetas que poderiam me consolar

provoca meu pranto
e depois me obriga a maquiar os sinais da tristeza

se fico rebelde, ri paternalista
conta que ele também passou por essa época
e minha rebeldia ele rebaixa a moda
que fica de camiseta aos sábados pela manhã
quando sai para comprar jornal e croissants

me dá detalhes de cada assassinato, de todas as guerras
dos estupros e dos golpes de estado

mas tanta informação me deixa surda e já não ouço
os barulhos nem os choros em voz baixa
os sinais do desmoronamento

e ele cala que cada morto, cada ferido
as mulheres estupradas e os que sofrem torturas
todos receberam sua visita antes de se transformar no que são agora

se safa das culpas com promessas
mas eu sei que uma palavra dele
bastará para nos condenar

e se desaparece é para espiar a salvo e oculto
nos bares, nos hotéis, nos banheiros, nas celas

tenho que lhe agradecer porque
você é uma mulher moderna!, grita entusiasmado
dessas que falam inglês, trabalham em casa e no escritório
vão pra academia e aparentam menos idade do que diz o RG
você tem noções de pedagogia embora só olhe seus filhos

e além disso foi abençoada com uma vocação
para poder se sentir melhor do que as outras
(e eu calo que eu não quero ser artista
se isso me fizer diferente
porque já me sinto sozinha o bastante
e não quero competir em mais carreiras)

se mostro fraqueza, fale baixo, todos vão querer se aproveitar
(como se ele deixasse algo para os outros)
melhor ainda se demonstrar arrogância
(com todos menos com ele)

de tudo me fala mas não de quem recolherá os restos do naufrágio
nem em que lugar nos reuniremos, os náufragos, para nos organizarmos
para fazer um fogo, dividir a comida e espantar o frio

embora antes seja preciso reunir forças
para não abandonar a todos nos seus cantos

Um dia, não sei quando, vou lhe cobrar
seus cadáveres, as humilhações
o sequestro da inocência
o espólio dos sonhos

eu vou cobrar, não sei quando

e a primeira punhalada que vou lhe dar
será pelas carícias que não nos demos
pelas trepadas que não demos
você e eu
cada vez que aparece em nossa cama
e nos diz que amanhã, amanhã, amanhã
amanhã o despertador soará às 6h30

e vinte minutos mais de sono
nos farão melhores soldados a seu serviço

Te juro, meu amor. Uma punhalada
por cada trepada que nos roubou
e quanto ao resto, pelos presos, pelos indigentes
pelos que deixam para trás casa e família
pela dor que não merecemos sofrer nem ver
pelos campos arrasados
pelos bichos maltratados
pelas crianças que trabalham
pelos olhos que se fecham pelo cansaço e pela morte
pelo tempo que não voltará
pela vida que nos roubaram
pela vida
meu amor
pela vida

(Tradução de Leo Gonçalves)
Copyright © 2013. Ana Pérez Cañamares
Todos los derechos reservados. All rights reserved

Leia o original em: https://poesiaindignada.com/2013/06/30/capitalismo/

Nascida em 1968, publicou os livros La almbrada de mi boca e Alfabeto de cicatrizes, assim como o livro de relatos En días idénticos a nubes. Desde 2006, administra el blog El alma disponible.

Circuito das Letras BH

Circuito das Letras: de 5 a 9 de outubro

Começa hoje e vai até domingo o Circuito das Letras, em Belo Horizonte. Serão diversas mesas de debates, atividades de formação, saraus, piqueniques literários, performances, grupos de trabalho. Uma programação intensa com a participação de 130 autores convidados.

Minha participação será no sábado, dia 08/10 às 14h30, no Teatro da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa. O debate se intitula “Raízes Francesas: o papel das bienais e o renascimento do filósofo-artista”. Estarei conversando com o poeta francês Bruno Cany, com mediação de Lucas Guimaraens.

Para mais informações, consulte o site do evento: http://circuitoculturalliberdade.com.br