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Gary Snyder e a oralidade

Gary Snyder em primeiro plano, ao fundo: Allen Ginsberg.

(…) pouquíssimos leitores e escritores se importam com as tradições orais. Para mim e para alguns colegas meus é um grande interesse, e acho que há muito a se aprender com elas, principalmente a importância da performance. Toda literatura oral é, por definição, apresentada. Há muito a se aprender com elas, há todo um ensinamento que vai com isso, para explicar como as tradições orais – antes da descoberta ou invenção da escrita, ou em culturas que não tinham escrita – ainda assim podem ser tão ricas, como podem ter tantas canções e histórias nas tradições orais. Milhares e milhares de histórias e canções podem existir dentro de uma tradição oral.

Gary Snyder em entrevista concedida a Rodrigo Garcia Lopes e publicada recentemente no Estadão. Leia a entrevista na íntegra no blogue do Rodrigo: www.estudiorealidade.blogspot.com

Autofagia + Ruah! + Pigmentos Sonoros +

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Pigmentos Sonoros – Uma homenagem a John Cage

Benjamin Abras e Leo Gonçalves lançam o Coletivo Ruah! na performance Pigmentos Sonoros no próximo dia 10 de setembro, a partir das 20h no lançamento da Revista de Autofagia 2 e 3, no Auditório da Escola Guignard.

Apresentação poético-musical baseada em pesquisas ritualísticas, explorando ritmos e sons vocálicos. Para a performance, o coletivo ruah! aproveita estruturas sonoras primitivas onde a desconstrução leva à re-significação das palavras (ou não-palavras).

A proposição “Pigmentos sonoros” surgiu do intuito de homenagear o compositor-poeta John Cage, que no último dia 05 de setembro completaria 97 anos e da intensa interlocução interartística estabelecida em 2009 entre os dois poetas que compõem o coletivo ruah!

Salpicar os sons, desmantelando palavras do sentido roto, ampliando sua corpografia através do canto onde, tom sobre tom, imprimem no corpo o matiz de uma vontade pela vibração das palavras. A palavra retomando corpo, retomando som como paramento de um instante, onde o jogo “vocográfico” desenha possibilidades poéticas entre os falantes, os ouvintes e os dançantes. Sugerindo uma pequena parafernalização dos sentidos [salve Julius], a fim de despertar a ação da palavra enquanto produtora de corporalidades sutis. A performance Pigmentos Sonoros é um experimento do coletivo RUAH!, feita com registros de som e silêncio dentro da poesia sonora, ritualizando a desconstrução da realidade cartesiana e produzindo uma experiência da voz enquanto escrita corporal.

O coletivo ruah! é formado por Leo Gonçalves e Benjamin Abras. Tem como objetivo a investigação, a experimentação e a execução de trabalhos pluriartísticos em plena interação com as tradições mestiças que habitam o planeta.