Arquivo da tag: poesia

canção do amor impossível – um poema de antônio cícero

como não te perderia
se te amei perdidamente
se em teus lábios eu sorvia
néctar quando sorrias
se quando estavas presente
era eu que não me achava
e quando tu não estavas
eu também ficava ausente
se eras minha fantasia
elevada a poesia
se nasceste em meu poente
como não te perderia?

este poema de antônio cícero está no livro a cidade e os livros. rj: record, 2002

simpoesia 2008

e a cidade de são paulo está pegando fogo: começa esta semana o I simpoesia – simpósio de poesia contemporânea. o evento acontece entre os dias 14 e 18 de outubro e acontecerá em diferentes locais da cidade: casa das rosas, usp, museu da língua portuguesa e academia internacional de cinema. durante os quatro dias, passarão por lá mais de 50 poetas de todo o brasil. e aparecerão por lá, vários amigos: ana maria ramiro, ricardo aleixo e marcelo sahea são apenas alguns dos mais queridos. o evento é coordenado por virna teixeira e antônio vicente seraphim pietroforte. uma beleza! quem estiver por lá não pode perder.

Recitais poéticos, performances, palestras e debates acontecerão (…) dentro da programação do evento. Haverá também shows musicais, apresentações de videopoesia e de poesia visual. Todas as atividades serão gratuitas para o público.

I simpoesia – simpósio de poesia contemporânea

poema passageiro: mostra sesc artes 08

começou hoje, na cidade de são paulo, a proposição “poema passageiro”, inventada por ricardo silveira. e vai até o dia 20 de outubro. serão 9 poetas, 1 por dia, exibindo seus vídeo-poemas a cada hora nas tvs instaladas em alguns ônibus da cidade. além disto, esta proposição ganhou um “bônus”: os mesmos poemas estarão na linha verde do metrô e nas livrarias nobel e siciliano. a programação é a seguinte:

11/10 chacal
12/10 rodrigo garcia lopes
13/10 ricardo domeneck
14/10 marcelo montenegro
15/10 ricardo silveira
16/10 angelica freitas
17/10 bruna beber
18/10 marcelo sahea
19/10 ana rüsche
20/10 leo gonçalves

mostra sesc artes 08

começou ontem, dia 08 de outubro, e vai até o dia 19 a mostra sesc artes 08 em são paulo. um amplo projeto, incluindo muitas artes e arteirices de todas as linguagens. quem conferir aqui, verá que está tudo muito bonito. mas pra mim, a novidade que deixou muita gente aí rindo à toa são as três proposições do ricardo silveira. umas idéias super simples e bem humoradas que farão muitos paulistanos conviver com poesia durante 9 dias:

* poesia de bebedouro

* poema para viagem

* poema passageiro

participo desta última com um clip-poema que circulará nas tvs de alguns ônibus de são paulo. ao meu lado, além do ricardo trickster silveira, que me deu a honra do convite, tem bastante gente boa: ana rüsche, angelica freitas, bruna beber, chacal, marcelo montenegro, marcelo sahea, ricardo domeneck e rodrigo garcia lopes. e na área das letras, ainda tem mais.

quem quiser conferir lá no site, uma clicadinha aqui vai bem:
www.mostrasescdeartes.com.br
www.poesiafora.blogspot.com

Um não-poema de Heriberto Yépez

Daniel não curte o latex
diz que com a muralha
de uma única pele
já é mais que o suficiente.

Quanto a mim, acho
que não há invenção
mais fabulosa do que a camisinha:

é o primeiro invento humano
que realmente nos protege
dos terríveis efeitos
e venenos próprios do amor.

(Tradução: Leo Gonçalves)

A Daniel le molesta el látex/dice que con la muralla/de una sola piel/ya es más que suficiente.//A mí, en cambio, me parece/que no hay invención/más fabulosa que el condón://es el primer invento humano/que realmente nos protege/de los terribles efectos/y venenos propios del amor.

Este não-poema é um capítulo do romance 41 closets

41closets

paulo leminski, 24 de agosto de 2008

já se tornou quase uma tradição (sem compromisso) a data de hoje no salamalandro. não dá pra esconder a importância de paulo leminski na minha vida. e vida é uma palavra-chave para a leminskidade da minha poesia (hoje, se me perguntarem se recebo influência de leminski, eu arrenego).

no dia 24 de agosto, ele completaria 64 anos de vida. mas como na carne não rolou, só nos resta homenagear a curta vida do cara que foi o grande mestre da minha geração.

e vai em bloco: neste momento está acontecendo a última sessão da semana paulo leminski, com a presença de toninho vaz (autor da biografia desse “bandido que sabia latim”) e leitura de poemas. mas pra mim, a homenagem mais comovente é a do ademir assunção, lá na espelunca.

já me matei faz muito tempo
me matei quando o tempo era escasso
e o que havia entre o tempo e o espaço
era o de sempre
nunca mesmo o sempre passo

morrer faz bem à vista e ao baço
melhora o ritmo do pulso
e clareia a alma

morrer de vez em quando
é a única coisa que me acalma

p. leminski

letra do dia

o amor
(cecília silveira)

o amor
como for
está em tudo aqui
na praça
na rua
telhado
bichinho
tijolo de construção

o amor
como for
pulou dentro de mim
ainda sinto a dor
que um dia veio me consolar

o amor bate na porta
nas coisas tortas
em qualquer lugar
o amor bate na porta
mas não abra

olha o amor
seja como for
vai desarrumando a vida
olha o amor
venha como for
vai ameaçando meus dias

(música gravada por titane no disco ana)