já se tornou quase uma tradição (sem compromisso) a data de hoje no salamalandro. não dá pra esconder a importância de paulo leminski na minha vida. e vida é uma palavra-chave para a leminskidade da minha poesia (hoje, se me perguntarem se recebo influência de leminski, eu arrenego).
no dia 24 de agosto, ele completaria 64 anos de vida. mas como na carne não rolou, só nos resta homenagear a curta vida do cara que foi o grande mestre da minha geração.
e vai em bloco: neste momento está acontecendo a última sessão da semana paulo leminski, com a presença de toninho vaz (autor da biografia desse “bandido que sabia latim”) e leitura de poemas. mas pra mim, a homenagem mais comovente é a do ademir assunção, lá na espelunca.
já me matei faz muito tempo
me matei quando o tempo era escasso
e o que havia entre o tempo e o espaço
era o de sempre
nunca mesmo o sempre passo
morrer faz bem à vista e ao baço
melhora o ritmo do pulso
e clareia a alma
morrer de vez em quando
é a única coisa que me acalma
p. leminski