pessoas cultas adoram citar paul valéry (aquele cara do mallarmé fã clube). pouca gente sabe que como poeta tinha hora que ele era mesmo um pé no saco (pronto, falei!). por outro lado, era quase sempre um frasista de primeira (e é o que os “cultos” costumam citar: suas frases). certamente ele devia ser duro na queda porque tinha sempre uma tirada sutil, um impropério apropriado, um aforismo ou desaforismo para cada ocasião. comparável a ele só oscar wilde. traduzi algumas aqui, só pra distrair, enquanto não cessam os ventos de maio.
“o homem de negócios é um híbrido de bailarino com máquina de calcular”.
“é impossível compreender e punir ao mesmo tempo”.
“a mentira e a credulidade se acasalam e geram a opinião”.
“um homem competente é um homem que se engana de acordo com as regras”.
“creia, ou eu te mato pra sempre”.
“o poema – essa hesitação prolongada entre o som e o sentido”.
“os livros têm os mesmos inimigos do homem: o fogo, a umidade, os bichos, o tempo e seu próprio conteúdo”.
“o que há de mais profundo no homem é a pele”.
Léo, gostei da frase sobre a relação entre compreender e punir.
Abraço diário
Siempre te he leído y te he divulgado
Pero yo sólo estoy empezando con esto y sin tiempo para nada porque no sé engañarme respecto de las reglas hechas para dejarnos esclavos de la máquina…
Sin embagro creo que esta te gustará: http://sereskarlate.blogspot.com/2008/07/cssia-no-pas-do-lixo-ocidental.html
Te quiero mucho!
Beso!
Frases geniais.
Bom para começar o dia.
Abraços
Luiz Carlos
a relação dele com a musicalidade do poema me atrai, me interessa, e muito!!!! mas gostei da sua coragem de dizer…
beijocas
Rena,
Eu disse que tem hora. Em compensação tem hora que ele é simplesmente genial. “A jovem parca” é um dos melhores poemas de Valéry que já li. Mas acho o “Cemitério marinho” um pé no saco. Muito figé. Muito fã do Mallarmé.
Essa relação que você fala, sobre a musicalidade do poema é muito legal. Tem a ver com a citação abaixo, que Valéry não considerava poema. E que pra mim é melhor do que muitos dos poemas que ele escreveu.
No poeta:
O ouvido fala,
A boca escuta;
É a inteligência, o despertar, que dá à luz o poema;
É o sono que vê com clareza;
A imagem e o fantasma é que enxergam,
A falta e a lacuna é que criam.