Não quero esconder a minha felicidade em ter pela primeira vez uma mulher na presidência da república. Não que o gênero seja importante no caso. Por exemplo, imaginemos que a mulher eleita fosse a Roseana Sarney ou a Mônica Serra… acho que não cairia bem. E como diz meu amigo Ricardo Aleixo, o que muda é só o que há entre as pernas de quem manda.
Estou orgulhoso é de ter pela primeira vez uma ex-guerrilheira na presidência da república. Alguém de carne e osso que realmente lutou contra um regime que destruiu a memória do país, desapareceu, matou e desumanizou milhares de brasileiros. Que colocou o Brasil como capacho do capitalismo exploratório norteamericano. E outros tanto ques.
Mas não votei em Dilma Roussef por causa disto. Votei porque ela representa um projeto que tem melhorado o Brasil. Temos agora uma presidente habilidosa e capaz. A que melhor garantirá o desenvolvimento da democracia brasileira ainda tão frágil e mal resolvida em seus 21 aninhos de existência.
Em tempo: estar entusiasmado com a vitória de uma candidata, não significa manter-me cego às falcatruas e politicagens que todo governo até aqui tem feito. A oposição mais forte ao governo Lula não tem sido de grande força, com PSDB de um lado com sua política retrógrada e uma esquerda da esquerda com um radicalismo pouco inteligente, blindado. Mas acho que para ver a coisa melhorar, será necessário que cada vez mais nos saibamos políticos nós mesmos e façamos nós mesmos aquilo que queremos diferente. Em todo caso, a prática tem mostrado que lutar contra os desacertos de governos petistas tem resultado mais frutífero.
E agora, mãos à obra.