os dicionários grafam sempre com ‘ç’. mas gosto de escrevê-la com ‘s’, dansar. segundo o houaiss, esta palavra vem do francês (“danser”) que já a escrevia assim, no ano de 1170. na língua portuguesa, também era assim até a primeira reforma ortográfica do século xx, em 1944.
porém, guimarães rosa, que publicou seus escritos somente a partir de 1954, sempre grafou o vocábulo assim: dansar. “uns mosquitnhos dansadinhos, tanto de se desesperar”.
a explicação que mais gosto está no livro de antônio risério, o oriki orixá: “numa conversa, a bailarina suki [villas boas] me disse que achava uma contradição escrever “dança” com “ç” e não com “s”, já que o “ç” era uma letra visualmente capenga, desengonçada, enquanto o “s”, em seu desenho sinuoso é uma letra danSarina.”
risério, que, como eu, é filho da deusa da dansa e do vento, achou que suki estava com a razão. e eu também acho.
Origem espanhola, mais provavelmente catalã. Grato pela informação de que antes de 1944, dansa de dansar era mesmo com “s”. Se quizer falar comigo sobre sobre a deusa da dansa e do vento, será benvindo. HD
Olá Helio. A Deusa da dansa e do vento (e por isso também, uma das deusas do ventre) é meu tema de corpo e alma. Abraço!
CARO HELIO,
COM TODO RESPEITO, MAS ESCREVER QUIZER COM (Z), É MUITO PRA CABEÇA…..
ABRAÇO
JAIRO
Jairo, já que estamos falando de grafias antigas, te digo que “quizer” também já foi grafado assim. Antes da reforma de 1944. Abraço.
Enquanto o Jairo foi tão menor, que show linguístico do Léo e do Hélio.
Paarece que o Monteiro Lobato também escrevia com ‘s’. Ele achava que o ‘s’ tinha mais “movimento”, mais condizente com a ‘dansa’…
Nivaldo
Eu aprendi desde criança que o certo é dansar e nos verbos tambem com s e ao ver com ç ate me faz mal à vista.
À maioria dos portugueses escreve com ç mas me faz confusão pois aprendi na escola que é dansar.
Era a grafia correta antes da reforma de 1944. Lobato morreu em 1948.
Em francês se escreve com s. Danser. Em espanhol é mais esquisito, mas tem correlação com o português. Escreve-se danzar.
Sempre escrevi dansa com S e não com Ç…
Até me faz mal á vista…
Interessante seria numa redação do Enem.
Lendo o livro “Campo geral” , me deparei com a palavra. Obrigado pelo insight!
Lendo ‘O Burrinho Pedrês’ do inigualável João Guimarães Rosa, na edição comemorativa da responsabilíssima acho que já extinta Livraria José Olympio, vi a grafia ‘dansavam’ e então não pensei um segundo se estava grafado errado, más vim atrás das etimologias e registros de históricas reformas ortográficas. Parabéns, aqui aprendi demais!!
Essa falsa liberdade de grafia só confunde nossos jovens que ralam para passar no vestibular ou em concurso público. Prefiro a ortodoxia vocabular por ela ser razoável e responsável.
Olá, Felipe. Entendo sua preocupação. Obrigado pelo comentário.
Ortografia muda com o tempo, então se era com S, já era, agora é com Ç. A Nova Ortografia é lei, e passa-se por ignorante, iletrado e burro quem escreve diferente da Carta Magna da Gramática.Portuguesa. O chegar em vez de chegar, o ir no medici, o fui na feira etc é ao mesmo desconhecimento da lngua culta, descaso e doideira.
Ortografia muda com o tempo, então se era com S, já era, agora é com Ç. A Nova Ortografia é lei, e passa-se por ignorante, iletrado e deboxado quem escreve diferente da Carta Magna da Língua Portuguesa. O chegar em casa, o ir no medicio, o fui na feira, o somos em seis e outros mais são desconhecimento da lngua culta, descaso, alienação e doideira.
Caro Antonio Joacy Nogueira de Vasconcelos,
Não existe carta magna da gramática. Existe, isso sim, um acordo ortográfico da língua, que alguns países podem seguir ou não. Aliás, é bom que decidam mesmo se é válido seguir o acordo, uma vez que cada país e cada região pronunciam de maneira diferente. Em Portugal se escreve António porque o ó do nome é aberto. No Brasil, nada mais justo que se grafe Antônio. Mas nada impediria, se coubesse nas formas aceitas de acento tônico, o til. Antõnio, já que no Brasil se pronuncia com esse o nasal. De todo modo, obrigado pelo comentário, que você fez em um post tão antigo! Ele fala do sentimento de uma época. A época em que se discutia ainda (e com resistência) a aceitação do fatídico acordo ortográfico. Conheço inclusive um poeta que a partir de então passou a adotar a graphia mais antiga da lingua. A graphia anterior á reforma de 1944. Ah, claro, uma questão: no seu comentário está cheio de “erros” de orthographia. Quer que eu corrija para você? Abraço.