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Retendre la corde vocale: Anthologie de la poésie brésilienne vivante

Retendre la corde vocale: anthologie de la poésie brésilienne vivante | Revue Bacchanales nº 55

Em outubro, a revista Bacchanales, da Maison de la poésie Rhône-Alpes, publica uma antologia de poesia brasileira viva, com tradução, organização e apresentação de Patrick Quillier. São ao todo 29 poetas brasileiros, montando um recorte de várias gerações que vão de Ferreira Gullar, nascido em 1930 a Reuben da Rocha, nascido em 1984.

Todos os detalhes dessa antologia remetem a uma atividade de artesão. Patrick Quillier, poeta atento às mínimas sonoridades, realizou as traduções com um habilidade incrível. Sempre atento aos mínimos sons, trocadilhos, jogos, rimas. Fez a escolha com um respeito à grande diversidade cultural do Brasil, respeito que nem mesmo os antologistas daqui costumam ter. E, por fim, o “Prélude” mostra um pouco do que realmente se vive hoje em poesia por aqui, comenta de alguns que se foram, mas que permanecem. Leminski, Adão Ventura, Orides Fontela, Roberto Piva, Torquato Neto, Hilda Hilst. Lembra autores que ele, por alguma razão ou outra, não conseguiu manter na seleção: Adélia Prado, Antonio Cícero, Carlito Azevedo, Edson Cruz, Paulo Henriques Britto, Claudia Roquette-Pinto, Marcelo Sahea, entre tantos outros.

“Retendre la corde vocale” porque, segundo Patrick, “Todos, cada um [dos 29 poetas] a seu modo, retesaram a corda vocal para afiná-la à singularidade de seu timbre respectivo.” São eles: Ferreira Gullar, Augusto de Campos, Zuca Sardan, Sebastião Nunes, Regina Célia Colônia, Elizabeth Veiga, Lu Menezes, Eliane Potiguara, Cuti, Adriano Espínola, Salgado Maranhã, Régis Bonvicino, Josely Vianna Baptista, Ricardo Aleixo, Ronald Augusto, Edimilson de Almeida Pereira, Cida Pedrosa, Marcos Siscar, Renato Negrão, Angélica Freitas, Marcus Fabiano Gonçalves, Dirceu Villa, Leo Gonçalves, Ricardo Domeneck, Marília Garcia, Fabiana Faleiros, Érica Zíngano, Juliana Krapp, Reuben da Rocha.

Para degustação, deixo aqui a tradução do poema que dá título à publicação. E espero encontrar tempo em breve para colocar aqui uma tradução do “Prélude”.

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POÉTIQUE
(Leo Gonçalves)

retendre la corde vocale
sur un axe de 440 hertz

systématiquement
(d)étonner

et noter à la pointe du couteau
le v de la flèche-verbe

oindre la flèche
d’herbes sauvages

herbe qui soigne
herbe qui tue

après qu’on a dé-
chanté : lancer en l’air

percer les oreilles
œil pour œil temps pour tambour

Tudo e mais um pouco

Chacal. Tudo e mais um pouco: poesia reunida 1971 - 2016

No dia 16 de agosto, a Editora 34 e a Casa do Mancha reuniu o poeta Chacal, o músico Rodrigo Campos e poetas convidados para uma noite de música e poesia que celebra o lançamento do livro Tudo (e mais um pouco) – Poesia reunida 1971-2016.

Tive a honra de abrir a sessão com saudações ao senhor dos caminhos, ele, o vulgo, Mbogira, Exu, Mojubá. Que Tudo e mais um pouco se espalhe pelo mundo afora.

Poesia no Vale do Esteron – Aiglun

Leo Gonçalves - Patrick Quillier - Georges de Riva

Nos dias 06 e 07 de agosto, participei de duas atividades no vilarejo de Aiglun, na região dos pré-Alpes, próximo à cidade de Nice. Na primeira soirée, eu e o meu amigo Patrick Quillier, falamos poemas do livro Use o assento para flutuar em versão bilingue, inaugurando assim as recém-feitas, incrivelmente bem feitas, traduções dos meus poemas para o francês, pelas hábeis mãos do Patrick. A noite se completou com uma pequena apresentação musical de Elizabeth Woolley.

Na segunda soirée, realizamos um animado debate entre Leo Gonçalves e Georges de Rivas, mediado e traduzido por Patrick. Falamos de nossas diferentes visões sobre a poesia, de onde ela nos alimenta, nossas inquietudes.

Os eventos aconteceram na capela de Sainte Marie de la Source. Capela de belo nome, para a qual não deixei de saudar com meu poema “Caiaia”.

Ateliê: A lente objetiva do poema

Ateliê: A lente objetiva do poema, com Leo Gonçalves

Nos dias 04, 11, 18 e 25 de junho, das 14 às 18h, acontece o ateliê: A lente objetiva do poema.

Trata-se de um projeto antigo que visa compartilhar com os participantes a experimentação poética sempre partindo de princípios “objetivos”. Para isso, trazemos elementos ligados às mais diversas linguagens, concretizando as propriedades intermídia que a poesia já traz em si: poesia música. poesia – artes visuais. poesia cinema. poesia performance. poesia dança. Trabalho com a ideia de ateliê justamente porque o espaço será destinado ao processo. Seja esse processo: o aprendizado, o intercâmbio de conhecimentos, a imersão num ambiente coletivo de criação, a produção em ambiente de invenção.

Serão ao todo 4 encontros de 4 horas, abordando os aspectos verbivocovisuais e também buscando a reflexão e a ação sobre o fazer poético.

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Paul Valéry: “Poesia & pensamento abstrato”. “Costumamos opor a ideia de Poesia à de Pensamento (particularmente o pensamento abstrato). Muitos creem que o trabalho do intelecto não combina com o da inocência, a graça e a fantasia da poesia. […] Esta é uma antítese que colocamos sem reflexão.”

Ezra Pound: “A música começa a atrofiar quando se afasta demais da música, a poesia começa a atrofiar quando se afasta demais da música”.

John Cage: “Poesia não é prosa simplesmente porque poesia é, de um modo ou outro formalizada. Não é poesia por causa de seu conteúdo ou sua ambiguidade mas porque ela permite a introdução de elementos musicais (tempo, som) no mundo das palavras. Assim, tradicionalmente, informação, não importa o quanto de conteúdo traz (por exemplo, os sutras e shastras da Índia) eram transmitidas através da poesia.”

Jerome Rothenberg: “Uma mudança na visão é uma mudança na forma. Uma mudança na forma é uma mudança de realidade.”

Heriberto Yépez: “Um poema deve ser o despertar de uma zona desconhecida do cérebro”.

Torquato Neto: “A poesia é a mãe das artes”.
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Oficina: A lente objetiva do poema – com Leo Gonçalves
Local: Rua Coriolano, 345
Início: 21 de maio das 14 às 18h
Número de encontros: 4 (quatro)
Vagas: 12
Investimento: 350,00

Interessados devem entrar em contato pelo email leogonsalves@gmail.com ou através do formulário de contato deste blog: https://salamalandro.redezero.org/contato/

Use el asiento para flotar

Use el asiento para flotar :: Traducción de Fernando Reyes Trinid :: Cisnegro - Lectores de alto riesgo

Já estão em minhas mãos os exemplares de Use el asiento para flotar, uma plaquete com 6 dos poemas de Use o asssento para flutuar, meu livro mais recente. A tradução é de Fernando Reyes, e a edição foi realizada por Andrés Cisneros. A publicação traz para a cidade do México um pouco do que venho produzindo e coroa (para minha alegria) a inesquecível estada, a acolhida carinhosa que recebi dos mexicanos desde que cheguei aqui, no dia 15 de março para o Festival Internacional de Poesia Ignacio Rodriguez Galván.

Dois programas para la Ciudad de México

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Nesta semana, participo de dois eventos na Ciudad de México. O primeiro deles acontece na quinta-feira, dia 31/03 a partir das 20h na Pulquería. Vários poetas farão uma homenagem a Ramsés Salanueva, com performances e leituras de poemas.

Participantes: Orquídea Dolores Reyes, Marielle Roman Tik, Sergio Alarcon Beltran, Daniel Olivares Viniegra, Leo Gonçalves, Armando Alanís, Alonso Díaz de Anda, Andrés Cisneros de La Cruz, Bárbara Oaxaca, Fernando Reyes Trinid, Gabriela Jimenez, Adriana Tafoya, Irma Leticia Quiroz, Jesús Garrido
Jonathan Goroztieta, Juan Carlos Valdovinos, Editorial Fridaura, Jorge Contreras, Marytere Caracas Estrada, Rovictor Oviedo, Yuri Zambrano Giaçin Tokkánul, David Cano, Lorenzo Cisneros Hernández Topete (Cuba), Beto Tafoya, Jorge Cano.

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Em seguida, na sexta-feira, dia 01 /04 a partir das 18h, participo do evento Clavería 22 – 1 ano. Eu e os poetas Fernando Reyes, Pedro Carpintero e Mario Belafonte faremos leituras  de poesia e minificções.

Neste segundo evento, lançaremos uma pequena publicação com poemas meus traduzidos por Fernando Reyes e projeto gráfico de Andrés Cisneros (que também assina o cartaz acima).

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Programa:
Homenaje a Ramsés Salanueva
Quinta-feira, dia 31/03 a partir das 20h
Local: Pulquería (Avenida Insurgentes, 226 – Colonia Roma – Ciudad de México)

Clavería 22
Sexta-feira, dia 01/04 a partir das 18h
Local: Clavería 22 (Avenida Clavería, 22 – Colonia Clavería, Del. Azcapotzalco. Ciudad de México)

VI Festival Internacional de Poesía Ignacio Rodriguez Galván

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De 16 a 22 de março, participo do VI Festival Internacional de Poesía Ignacio Rodríguez Galvan, que acontece na cidade Tizayuca, México. O evento terá diversas atividades que incluirão saraus, debates, uma visita à cidade sagrada de Tehotihuacán e muito mais. Espero poder dar notícias por aqui ao longo do festival.

Poemas para ouvir

Há algum tempo que planejava inserir coisas novas na página do soundcloud do Salamalandro. Hoje, repassando alguns poemas, decidi colocar alguns online. São gravações bem caseiras e descompromissadas, mas que já dão para começar uma conversa, para ferir uns ouvidos, para fazer girar a roda do poema. Os textos escolhidos foram publicados originalmente em “Use o assento para flutuar” (2012), mas incluí também a tradução “Language of Aruanda” na voz do tradutor Dan Hanrahan e o registro de “Canto para Matamba”, realizado em novembro de 2011 na Casa das Rosas (SP). Espero que vocês se divirtam com os poemas como eu me divirto ao falá-los.