valêncio xavier não era qualquer um. era simplesmente um dos poucos prosadores que mexiam com a minha cabeça. comparo a prosa dele ao sebastião nunes poeta. suas inserções de elementos visuais e outros signos não verbais em textos inacreditavelmente não literários é simplesmente genial. a sua radicalidade desconvidava acadêmicos esfomeados de pseudopoetices. para sua sorte, valêncio passou batido. não vi em meus anos de universidade, crítico que citasse o valêncio, embora eu o achasse muito mais genial do que a maioria dos escritores que circulam nas cabeças universitárias.
lembro-me dele numa mesa memorável sobre prosa em 1998, na bienal internacional de poesia. fazia parte do bate-papo, também, o décio pignatari. ainda me lembro de seu conselho aos artistas da palavra que se valem da imagem. “que cuidem bem do seu objeto visual. ele precisa ser exato”.
valêncio foi-se nesta última sexta-feira, dia 05, aos 75 anos. acabo de saber porque, por acaso, andei visitando minha blogueteca de cabeceira. coisa que já não fazia há tempos. vi também que a imprensa cobriu o necrológio, mas o vivológio, a recordação da casa dos vivos (muito vivos, aliás), a lembrança da poesia jovem desse curitibano bacana, é nos seguintes endereços:
reuben da cunha rocha, no www.baixacultura.wordpress.com
joca reiners terron em seu blogue: www.jocareinersterron.wordpress.com. aliás, o joca já tinha escrito essa belezura em setembro deste ano: 2xVX
você também pode ler um conto do valêncio aqui.
valeu, valenX.
“para sua sorte, valêncio passou batido”. genial, cara!