um poema de paul verlaine

circunspecção

dá tua mão, não respira, senta aqui, à
sombra desta árvore onde morre a brisa
aos suspiros da copa cor de cinza
que o lívido luar acaricia.

imóveis, baixemos a mirada pia
sem pensar, sonhemos. deixemos à guisa
do amor e da alegria que amenizam
e em nossa cabeça a coruja pia

para quê esperar? discreta e contida
que nossas almas prossigam
essa calma e essa serena morte solar

silêncio, em meio à paz noturna:
não é bom vir em seu sono atrapalhar
a natureza, essa deusa feroz e taciturna.

(tradução livre leve e solta: leo gonçalves)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.