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Claudio Willer fala sobre Paranóia de Piva

Esta é para quem estiver em São Paulo no próximo dia 27, terça-feira às 20h. O poeta, tradutor e ensaísta Claudio Willer comenta sobre a obra de Roberto Piva, a propósito do relançamento do livro Paranóia no Sesc Vila Mariana. Desde o começo do ano, o Piva tem passado por sérios problemas de saúde, internado há mais de 40 dias no Hospital das Clínicas de São Paulo. Os amigos têm se reunido para angariar recursos para ajudá-lo a sair desse momento difícil e o bate-papo é mais uma iniciativa com esse propósito.

No encontro, Claudio Willer falará sobre o tema “Roberto Piva e a Poesia”. De acordo com o autor, matérias sobre o relançamento de Paranóia acentuam a idéia de uma criação poética delirante, resultante de alucinações. Willer, reconhecendo a importância de Paranóia, texto inovador, um marco inicial, observará que é necessário ler todo Piva: o conjunto de sua contribuição literária, composta por oito livros de poesia e alguns manifestos, reunidos nos três volumes da Obra Reunida. Argumentará que a poesia de Piva é sobre a própria poesia; sendo um rebelde, evidentemente, é um poeta culto, um leitor que, por vezes de modo sutil, comenta suas leituras e sua paixão pela vida e pela poesia (que, em sua poética, se confundem)

O encontro contará com a presença dos seguintes escritores para depoimentos: Antonio Fernando de Franceschi (poeta, responsável pela reedição de Paranóia em 2000); Celso de Alencar (poeta e amigo de Piva); Roberto Bicelli (poeta e amigo de Piva); Toninho Mendes (artista gráfico e poeta, publicou Piva na revista Chiclete com Banana); Ugo Giorgetti (cineasta, autor do média-metragem Uma outra cidade de 2000, com Piva e outros poetas da mesma geração); Valesca Dios (cineasta, diretora de Assombração Urbana, média-metragem com Roberto Piva, de 2005).

www.sempreumpapo.com.br

Sempre um Papo em homenagem a Roberto Piva
Dia 27 de abril, terça-feira, às 20h
Local: SESC Vila Mariana (Rua Pelotas 141 – Vila Mariana)
Tel.: (11) 5080-3000 / www.sescsp.org.br
Auditório (131 lugares) Entrada gratuita

Roberto Piva: xamã sem pajé

Acho chato falar de um poeta sempre nos limites da fraqueza humana, no leito do hospital, no desespero e na urgência. Um poeta como Roberto Piva merece ser sempre comentado e lembrado em estado de exuberância, vivo flaneur de um lugar onde o cheiro incita o caminhar, mesmo que no horizonte seja possível avistar o céu preto da necrópole. Não é bom pensar num xamã com olhos piedosos, mesmo que ele esteja como todos nós, forrado das doenças ocidentais.

Mas estamos todos no mesmo barco e a urgência existe. E o poeta se encontra em dificuldades, sem grana e sem pajé. Tem 73 anos e de um tempo pra cá começou a sofrer de mal de Parkinson. No dia 20 foi internado no Hospital das Clínicas de São Paulo e enfrenta o seu inferno dantesco. Ademir Assunção escreveu sobre ele no dia 22 e, pelo que eu soube, as coisas continuam na mesma. Ana Peluso me disse que estão tentando sensibilizar o governo para conseguir um lugar melhor, mas não há resposta. Como bem falou o Ademir, “artistas não vivem de elogios”. Ninguém, na verdade, convenhamos.

Roberto Piva lançou sua poesia reunida recentemente pela editora Globo e desde então voltou a ser falado e comentado, lido, ouvido, cinegrafado. Para quem quiser ouvi-lo mais, é na TV Cronópios. Você também consegue lê-lo na Revista Agulha, na Zona Branca-Espelunca do Ademir Assunção, na Germina Literatura e no google, quer dizer, no mundo. Quero que ele continue assim: no mundo. Não apenas em bytes, mas carne e osso. Quem também quiser, proponho manter-se informado sobre o melhor jeito de ajudar. Mãos à obra.