hoje fui fazer uma rápida visita ao suplemento literário (que agora está sob o comando de jaime prado gouveia), tratar de assuntos ligeiramente burocráticos. aproveitei, peguei o novo número (fevereiro de 2009) e saí feliz. não é sempre que me agrada tanto. o novo número tem, além do texto sobre itamar assumpção escrito pelo ricardo corona, poemas da marguerite duras traduzidos pelo poeta paulinho andrade, a reprodução de um bonito trabalho da anna cunha, entre outras coisas, tem um oriki-poema de odé e a biografia de sua autora (jurema carvalho) que me fizeram sorrir:
okê bambi ô clim
caboclo roxo da esteira de junco
sua casa é cabana de folhas
o peito de aço
cobre de penas
guerreiro da cor morena
corta língua, corta mironga
arco na mão
okê odé – lança no ar
seu brado de bumba
negro estrangeiro, filho da flecha,
vai – inaugura os caminhos
senhor aprendiz
(jurema carvalho tem 75 anos. é poeta e professora de literatura aposentada. há quinze anos trocou o mar de águas salgadas pelo oceano de ondas imóveis. hoje acredita que a verdadeira poesia é aquela que salva.)