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Palavras de Tanussi Cardoso

O lançamento no Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio de Janeiro, foi uma carona excelente que o meu amigo José Geraldo Neres me deu. A sugestão e a viabilização se deu graças ao apoio amigo da poeta Rosane Carneiro, que infelizmente não pôde ir. Eliane Pauvolid mediou uma mesa de debates na qual, além de nós, os autores, participavam também os poetas e críticos Luiz Horácio Rodrigues e Tanussi Cardoso (este que você vê na foto aí abaixo). Deste último, ganhamos um texto crítico. “Não precisei dar tapinhas nas costas”, ele falou. Generoso, Tanussi. Reproduzo-o na íntegra. Obrigado!

PALAVRAS DE ACORDAR O CORPO
por Tanussi Cardoso

 

I) Para início de conversa…

Quando o José Geraldo Neres me convidou para participar da mesa, me disse que o tema a ser abordado era o de “influências e provocações durante a escrituração” dos dois livros, ”Olhos de Barro”, de sua autoria, e “Use o Assento para Flutuar”, do Leo Gonçalves. Não sabia bem o que isso queria dizer, mas, me lembrei de que o tema tinha o título de “Palavras de Acordar o Corpo” e aprendi, com o tempo e com a vida, que o corpo tem suas próprias razões; que o corpo fala. Eduardo Galeano já dizia que “o corpo faz festa”. Logo, quando o acordamos, através das palavras, ele, o corpo, tende a se esticar, a se espreguiçar, a se mover, a se acender, a se falar, a se comunicar, a se dizer, a se desdizer, enquanto corpo/voz e, pode mesmo, quem sabe, acordar como uma espécie de espírito/alma, Xamã, Oxóssi, Xangô, Cristo, Buda… E se ele vira alma, ele pode se transformar em ar, ficar leve, tanto como pode ser leve uma pedra, uma pluma, um poema, uma montanha, uma flor, um avião, um amor, um corpo morto. Aí, só tem um jeito: retirar os olhos de barro das palavras e colocá-las num assento para que elas possam aprender a flutuar.

II) Introdução

Outra palavra usada para nortear essa noite foi “hibridismo”, e é bem interessante que essa palavra tenha sido marcada, porque, em minha opinião, é uma das características entre as obras, sendo um dos elos entre ambas. O que temos de nos perguntar é se podemos chamar de híbrido a um texto, a um objeto ou a uma ideia. São muitas as respostas, mas, me parece, ser a qualidade de “impuro”, isto é, “aquilo que está misturado, o que não é original”, para onde o termo mais se direciona.

Contemporaneamente, há uma grande carga pejorativa sobre essa qualidade híbrida. Porém, uma das maiores pesquisadoras desse tema, Lucia Santaella, afirma: “Se a mistura é o espírito, como dizia Paul Valéry, e a cultura é a morada do espírito, então cultura é mistura”.

E se o termo é por demais abrangente, o objeto aqui em pauta – a poesia – com seu caráter excepcionalmente metafórico de retratar a alma e o espírito, com certeza, já nasceu híbrido, pois a poesia é a junção do olhar do poeta com a realidade a sua volta. Essa con-junção, essa “mistura”, só pode ser algo que possui valor híbrido. Logo, a poesia, por ser resultado de misturas, não só das várias linguagens possíveis ao poeta, mas do resultado do cruzamento de “corpo e alma”, já nasce “híbrida”, já que toda poesia é um retrato contextual da própria vida, por si só, “impura”.

Assim, se trouxermos a expressão, “hibridismo”, para a literatura, ela poderia designar uma poesia ou um texto, mesclado por justaposições de gêneros, linguagens, culturas, elementos da natureza, religiosos etc. Uma literatura que se alimenta de tudo e de qualquer coisa, recriando e misturando vários elementos dentro de uma obra, numa espécie de liquidificador cultural.

Dito isso, aceitando-se o termo como um fenômeno de nossa época, observamos que, nas produções poéticas mais recentes, é alto o índice de interpenetrações genéricas.
Na verdade, não só essa qualidade une esses dois livros que comemoramos hoje; uma característica maior os liga: o seu caráter “nonsense”, somado a certo experimentalismo, além das inúmeras referências literárias e do campo visual e plástico. Até mesmo o limite entre o humano e o não humano (homens, santos, divindades etc) vem, muitas vezes, embaralhado, entre a razão e a não razão, formando um painel que causa certo estranhamento no leitor.

III) Olhos de barro

O livro de Neres, “Olhos de Barro”, toca um pouco mais a estética surrealista; no entanto, não se pode chamá-lo ou situá-lo como um livro surrealista, em sua totalidade, apesar dos inúmeros exemplos de metáforas e analogias belas e imprevisíveis que ele contém. Nele, o “barro” vem carregado de uma conotação mítica: ele é a origem e o fim. Dele se nasce e dele, ou nele, se morre. É, ao mesmo tempo, a construção e o escombro. A pedra que levanta a casa e a pedra que constrói o tampo da laje definitiva. O barro, enfim, é o tempo. Simboliza não só os olhos, mas todo um corpo, toda uma casa fechada em si mesma. É vida e morte, unidas pelo tempo que a tudo vê e a tudo olha, ainda que por olhos nublados por esse mesmo barro.

Mergulho na sombra úmida. O rosto da vida que busca por onde começar. Sua distância ― uma tempestade que nos visita ―, seu olhar não se apresenta em forma d’água. Mergulho o rosto. A vida abre os dentes.

Os contos/poemas de “Olhos de Barro”, prosa poética da melhor qualidade, vêm cercados de lirismo, distante do pejorativo que essa palavra – lirismo – não sei bem por qual motivo, se vê cerceada, nesses tempos hipócritas do politicamente correto, por certa crítica que pensa ter o direito de dizer o que é certo ou errado em literatura. O lirismo de Neres não é derramado nem esponjoso, ao contrário, seu texto é seco, conciso, sem gorduras e possui o que simboliza melhor o sentido lírico: beleza e criatividade imagéticas. Mas não é uma escrita feita para agradar a leitores preguiçosos. É um texto, muitas vezes, cifrado, cercado de metáforas cruas e inteligentes, impregnado de imagens e signos pouco comuns, cujo sentido pode até mesmo ser o “não-sentido”, ou melhor, o sentido-do-não-sentido; a coerência da incoerência. O desaviso, o espanto, o inesperado. Um ritual de barulhos e onopatopeias, tragando, dentro do poema, a palavra, e, dentro da palavra, o poema, formando, me permitam a imagem, um prosoema.

Os retratos tomam as cores de nossa memória. Reconhecem as fe¬ridas. Nos negam a origem. O silêncio é a porta da qual não temos a chave. A parede por cair. A olhar o tempo. Não encontro o seu rosto entre suas raízes. Sombras saltam comigo.

O que Neres nos propõe é a palavra como atrito, fricção, consequência da tensão de forças externas e internas, não necessariamente antagônicas, mas, possível e provavelmente, complementares. É o próprio poeta quem pergunta: “Onde são forjadas as sombras?”

Waly Salomão disse, certa vez, que “a memória é uma ilha de edição”. O que cabe perfeitamente no texto de Neres. Ele provoca uma espécie de corte agudo em suas memórias, veste-as de imagens corporais, unta-as com os quatro elementos e as devolve ao leitor em forma poética, hibridamente, pois une a alteridade de outras técnicas, para incorporar em sua memória atávica, do medo da morte e da vida. É uma memória da pele, ancestral e futura. Uma memória que vem dos olhos de barro e resiste na totalidade de todos os sentidos: ”Um pássaro canta nos olhos de um girassol.”

Como ele mesmo diz: “Trago nos ossos raízes de tambores e nomes”.


IV) Use o assento para flutuar

Leo Gonçalves preenche as páginas do seu livro com vários segmentos de linguagens, informações, cortes, silêncios, fotos, técnicas discursivas e compactas, visuais e teatrais, poéticas e escatológicas, fazendo do caos algo orgânico e vital. Parece um pouco com a literatura dos anos 60 / 70, e, também, com aquela dos anos 2050, por sua imprevisibilidade e (in)coerência. Um filme de um Godard futurístico; Frankestein e Xuxa; Hitchcock e Woody Allen; bangue-bangue e desenho animado. Um livro repleto de humor e rumor, sério e irônico, cheio de citações e transcriações, apropriações da linguagem publicitária, sintético e verborrágico, concreto e surreal, uma ilha cercada de criatividade e poesia por todos os lados, envolvida numa atmosfera de suspense, tensão e filme-noir, e, ao mesmo tempo, nos oferecendo o lirismo agudo de um Charles Chaplin. É extremamente musical: rap, hip-hop, rock. Tango e valsa. Ele embaralha os textos convencionais e, imprevisivelmente, ilumina o silêncio como se fosse John Cage:

retesar a corda vocal
sob um eixo de 440 hertz

sistematicamente
desafi(n)ar

afiar a fio de faca
o v da seta-verbo

untar a flecha
em ervas da mata

erva que cura
erva que mata

depois de de-
cantar: atirar ao ar

ferir os ouvidos
tim tim por tim tímpano

*

desinventar a língua
em cada fala

Os poemas de “Use o Assento para Flutuar”, do Leo Gonçalves, funcionam como fotogramas da desintegração urbano/contemporânea. Uma espécie de luta contra o cotidiano tecnológico das sociedades industriais. Leo incorpora todos os pressupostos de uma poética pós-moderna: cruzamento de textos e referências da cultura de massa.

Nessa mistura, ele dialoga com a memória, tentando reconstruir os escombros e percorrer os caminhos míticos das suas raízes e de sua ancestralidade mística, para, de alguma forma, através da memória, chegar à reconstrução de uma história que ele, poeta e homem, acredita possível; algo assim como o fim das utopias.

uma cana pequena é uma caneta
a camisa pequena é camiseta
uma perna pequena uma perneta
uma bolsa pequena é uma boceta

um carro pequeno é um carreto
um disco pequeno é um discreto
um alfa pequeno é um alfabeto
um bolo pequeno é um boleto

se uma capa é pequena ela é capeta
uma réplica pequena é repleta
e se o punho é pequeno é punheta

uma mula pequena é um amuleto
quando o remo é pequeno é um arremedo
e se o sono é pequeno é um soneto

Leo parece propor a zorra total, contida na margem da palavra oral e escrita. Uma metralhadora cuspindo palavras por todos os lados – um livro nervoso como a modernidade urbana: despedaçado e uno, por essa fragmentação, pois, consiste, paradoxalmente, nessa estranheza, nesse espanto, a unicidade que transforma a voz de todos que se encontram no livro, na voz única do poeta Leo.

O poeta só quer flutuar seu assento com dois “s”, no acento, com “c”, fluido da inteligência crítica e criativa da boa palavra poética.

Trago em meu corpo a memória de todas as chibatadas
Que os meus antepassados deram
As chibatas abastadas que abastardaram seus filhos
Os meus ancestrais
Tudo numa única gota de sangue
Trago em meu corpo todas as marcas
Daquilo que chamam de amor
Nenhuma gota passará impune
Nenhuma gota imune
Em meio a todas as gotas
Uma única me reúne

Lendo a biografia do Leo, vi que ele desenvolveu, em 2011, um programa chamado “Palavra Inquieta”. A maior bandeira, pois essa é a síntese de sua poesia, uma “palavra inquieta”.

Tanussi cardoso, poeta
Rio, 25 de setembro de 2012
Centro Cultural da Justiça Federal/RJ

Caixa Preta

A sequência de lançamentos de Use o assento para flutuar pode não ter configurado (felizmente não configurou) um best-seller. Mas considero que tudo fluiu de vento em popa. Foram 5 eventos em cidades diferentes, a maioria deles com desdobramentos subsequentes e, sempre, muita boa interlocução.

Foto: Adriane Lopes

Funarte/SP

Em São Paulo, organizar o evento na Funarte foi um desafio. Em primeiro lugar, foi a primeira vez que fiz algo meu, por minha completa conta e risco. Queria, além de lançar o livro, aproveitar outras coisas: estrear a performance Poemacumba, ao lado da dançarina Kanzelumuka, explorar um espaço que não fosse tradicionalmente destinado à literatura (a poesia está mais próxima das outras artes que da literatura, essa lição do Pound é sempre um aviso em meus ouvidos). Ocupamos a Sala Guiomar Novaes, sala que sediou, entre muitas coisas incríveis, a gravação do disco Às Próprias Custas S. A., do Itamar Assumpção.

Muitos amigos me perguntaram por que foi que eu quis organizar um evento na cracolândia. De nada adiantou dizer que a Funarte não é a cracolândia. Concluí que os paulistanos desacostumaram de usar sua cidade. Mesmo assim, a noite foi bem movimentada, com convidados ilustres e, alguns, vindos de longe.

Foto: Adriane Lopes

Londrix

Em Londrina, a programação esteve intensa. Lançamento, bate-papo sobre performance, conversa com os poETs e Poemacumba fechando toda a programação do Londrix. Aquela é uma cidade extremamente literária, com pessoas interessadas e interessantes. Um lugar de onde tem irradiado um pouco do melhor que se produz(iu) na literatura recente brasileira. Tive a grande honra de estar com minhas amigas Samantha Abreu e Beatriz Bajo, e também com Marcos Losnak, Rodrigo Garcia Lopes, Marcelo Montenegro, Maicknuclear, Fernanda Magalhães, Ronald Augusto, Ricardo Silvestrin, Alexandre Brito, Ricardo Aleixo. Sempre com conversas instigantes e criativas.

Foto: Beatriz Bajo

 

Destaco um grande momento: a apresentação da performance-espetáculo. Yá Mukumbi fez uma deliciosa feijoada seguida de um samba de roda que sacudiu a tarde. Ao vestir a minha beca branca, me vi novamente exu. Percebi que devia fazer diferente: fui até a cantora, a própria mãe Mukumbi, pedi minha benção e convidei os presentes a assistirem nossa cena. Kanzelumuka estava radiante. O ngunzu, a energia desse momento foi das mais potentes que experimentei. E confirmei o que eu já supunha: o de que há no poeta um pouco desse papel mercurial, de comunicador, de religador de mundos que está presente nos Pelintras de todo o mundo.

Foto: Carllos Bozelli
Foto: Carllos Bozelli
Foto: Carllos Bozelli

Belo Horizonte

No dia 15 de setembro, participei de dois eventos seguidos: o lançamento do livro, na Casa Una, e o Dia Cage, no edifício Maletta, organizado pelo Ricardo Aleixo (que por sua vez também participou do meu lançamento).

Muito bom revisitar minha própria cidade nesse contexto. Eu cresci às margens do fedorento Rio Arrudas e sempre me vi forçado pela vida a transtornar minhas atividades com coisas que me são alheias. Aparências, jogos sociais, fantasiações, falsas peles. Não se trata de alcançar prestígio pelos meus escritos. Não estou afim de constituir uma suposta “carreira”, pelo que de profissional que há nessa palavra. Quero apenas que minha palavra seja o que sempre foi: uma busca pela terceira margem do rio.

A presença dos meus amigos-poetas (os novos e os antigos) no lançamento do livro foi, para o meu íntimo, uma consolidação do que considero o essencial: poesia-vida a pulsar e impulsionar as relações humanas em meio a um mundo hostil. É por isso que, aconteça o que acontecer, minha poesia vem desse Belo Horizonte que tanto me esforço em contestar, criticar, questionar. Desse Belo Horizonte que, no fundo, sempre será, para mim, uma utopia. Desse Belo Horizonte que sobrevive a todo bolor, todo o pseudotradicionalismo, todo o belorizontem, toda a melancolia, todo o patriarcalismo. Minha Beagá rebelde e viva, conforme vejo no carnaval e em todas as falas libertárias dos de lá. A Beagá da gente que baila. Comprovamos juntos que, para haver amizade entre poetas, não é necessário com isso que se faça políticagens literárias.

Foto: Mariana Botelho
Foto: Mariana Botelho
Foto: Mariana Botelho

O lançamento durante a tarde foi um sucesso, com performances, leituras e gente bonita. Depois de lá, fomos para o Edifício Maletta, onde tudo se completou. Nenhuma melhor homenagem possível do que a John Cage, o que sabia que um som é um som apenas. Um som. Toda a beleza creditada ao som. Sem o sentido. Em meio performances diversificadas, trabalhos plásticos, visuais, sonoros e outros barulhos, apresentei o poema “Ñe’ẽ”. Quem não viu, quem não viveu, perdeu. Mais não posso dizer.

Foto: Mariana Botelho
Foto: Mariana Botelho

Paraty

Me apaixonei por Paraty. A linda cidade que ainda mal conheço, me recebe sempre com muito carinho, interesse. No dia 20 de setembro, ao desembarcar na rodoviária da cidade, fui recebido por Luiza Faria já cheio de afazeres e conversas agendadas. O céu preparava uma chuva fina. A noite começaria com uma roda de jongo repleta de crianças. Em seguida, uma conversa com Ronaldo do Campinho, Ovidio Poli Junior e Flávio Araújo. Para fechar a noite, lançamento do livro no bar Camoka Botequim Arte Café.

Para minha grande surpresa, ainda ganhei um presente: a estreia mundial (declarei isto aos risos por lá), do vídeo “TRANSatlântico”, realizado por Lia Capovilla e Renato Padovani, com produção de Luiza Faria. No vídeo, vocalizo o poema homônimo do livro.

Esse evento consolida uma parceria iniciada durante a Off Flip de 2011, reforçada este ano e que, tudo caminha para isso, virá com toda força em 2013. Foi uma palhinha. Uma Off da Off. Os eventos de Paraty contaram com o apoio e o patrocínio da Plural cursos e serviços em informática, do restaurante Sabor do Mar, da Letreiros Valentim e do Camoka. Nada mal para um livro que ainda se encontra na pista de decolagem (e talvez nunca vá levantar voo).

Foto: Luiza Faria
Foto: Luiza Faria

Rio de Janeiro

Palavras de acordar o corpo. Eu e José Geraldo Neres demos este nome à noite em que lançaríamos o, dele, Olhos de barro e o, meu, Use o assento para flutuar no CCJF, em plena avenida Rio Branco, na região central do Rio de Janeiro. Naquela noite também choveu. Mas não foi por isso que deixamos de curtir. Afinal, quem mediava a mesa de debate era Elaine Pauvolid, a poeta de O silêncio como contorno da mão. Luiz Horácio Rodrigues e Tanussi Cardoso também participavam da conversa, fazendo o excelente e necessário papel de críticos. Poderia ter sido só mais um papo, mas havia, por detrás daquela conversa um grande entusiasmo. Tanto que o Tanussi acabou nos presenteando com um grande texto no qual (palavras dele) ele não teve que dar tapinha nas costas. A plateia também se entusiasmou e a conversa se prolongaria por horas, não fosse o horário.

Foto: Elaine Pauvolid

Cep Vinte Mil

Para fechar com chave de ouro a programação carioca, participei do Cep Vinte Mil ao lado do meu amigo Renato Negrão. A princípio, eu apresentaria a performance que estou desenvolvendo que levará o título de “Em caso de incêndio”, mas ao contar com a parceria do meu bróder, fizemos um mix de textos meus e dele (o Negrão lançou recentemente seu novo livro Vicente viciado, pela editora Rótula). Ao fundo, um vídeo produzido pelo Negrão e à frente, nossas próprias palavras jogadas no vento. Tivemos a doce participação da Cristhina Santhos, comissária de bordo da noite. Performamos na boa, divertidamente, e tivemos vontade de mais (convidem-nos!).

Lá pelas tantas, voltei ao palco para “ferir os ouvidos” da plateia com um último poema, o “Poética”. Assim fechei aquela noite do Cep e a miniturnê de lançamentos. Mas não acabou de vez: continuo aberto a propostas. Terei prazer em performar e caminhar.

Foto: Cristhina Santhos