sempre tenho prazer em divulgar aqui os novos números que vão saindo da revista zunái. um periódico semestral que existe há cinco anos e que tem uma assiduidade exemplar e rara nesa república das letras. não que os editores estejam nadando na liberdade de ação. ela sobrevive, como quase tudo o que se faz por aqui, graças à boa vontade de quem faz. veja aí o que diz o claudio daniel:
A revista, que existe há cinco anos, passou por sérias dificuldades financeiras: ela é mantida por seus editores e eventuais colaboradores e o nosso orçamento é muito limitado. Felizmente, várias pessoas escreveram, oferecendo apoio à revista, e agora será possível manter a publicação por mais algum tempo. Claro, não recebemos nenhuma proposta de patrocínio da Saraiva, nem da Siciliano, Globo ou Companhia das Letras; foram amigos e leitores da revista que, generosamente, aceitaram contribuir para o pagamento de nossa webmaster, Mariza Lourenço. Caso contrário, esta edição seria a última. Fico feliz em poder continuar editando a Zunái, ao lado do Rodrigo de Souza Leão, com os mesmos princípios de invenção, rigor e recusa ao fácil que sempre orientaram o nosso trabalho.
no novo número tem abreu paxe, entrevista com maria esther maciel, guto lacaz na galeria, muestra (en español) de poesía argentina, traduções de poesia chinesa realizadas pela portuguesa ana hatherly, wordsworth, antonio machado, elizabeth bishop e outros via ruy vasconcelos, e mais ensaios, contos, idéias e debates a transbordar.
dentre as pérolas, ficam aí de presente 2 haicais de kobayashi issa (tradução de claudio trindade):
a criança chora, esperneia…
“dá pra mim”
o brilho da lua cheia
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pobre, pobre, pobre,
a mais pobre das províncias, — e ainda assim,
sentir essa brisa
vá lá ver com seus próprios olhos: www.revistazunai.com
leo, blz? esse palhinha da revista zunai me fez lembrar disso que escrevi a algum tempo :
risco de infância
ladeiras ladeiras
bicicletas
combinação perfeita
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despreocupação
caiu de tanto rir
depois saiu correndo
rindo
tristeza sem remédio
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infância/interior
lembrança semi-infeliz –
lagarta na árvore
que queimava a gente
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abraço leo, e ate mais