Este ano tive a honra de participar da coleção Pliegues Despliegues, a convite de Gabriela Carrión. A proposta, que já divulguei por aqui, consistia em distribuir durante quinze quinzenas quinze folhetos de quinze poetas nascidos na Argentina, na Espanha, Venezela e Brasil. O Pliegue correspondente à minha pessoa teve ainda a honra de ser traduzido para o espanhol del Mar del Plata pela Gabriela e junto com os outros foi lido em rádios, fotografado, filmado. Ficou fino! Muchas gracias, Gabi.
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para patricia mc quade
nossos beijos costurados sobre a camiseta
tão inquietos os beijinhos
que caminham rebeldes pela pele
e se agarram como manchas no pescoço
eu brinco a beça com a sua cabeça
tem piolhos tem caprichos muitos grilos
pelos loiros coloridos
eu colo no seu colo a minha boca
e você se perde
porque agora tem um mar de cheiros
o amargo mar de onde arde o nardo
e cresce entre as pernas da menina
com meu ramo mirrado e uma rosa uma rosa
uma rosa sob a minha mira
sei os beijos na palma da mão
e palmas para o movimento gostoso
da palmeira no vento e sua palma
magrinha como o visgo do dendê
os beijos sobre os beijos pela pele
derramam bálsamos a cântaros
e perfumam qual o cedro o seu ciúme
a casa não tem varanda a que se preste
a sacanagem santa desses nossos beijos
que correm cosidos pela camiseta
tão inquietos os beijinhos
passeando rebeldes pela pele
& te adornando no pescoço nas orelhas
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nuestros besos cosidos en la camiseta
tan inquietos los besitos
caminan rebeldes por la piel
y se cuelgan cual lunares en tu cuello
juego a darte vuelta la cabeza
hay piojos, hay caprichos, tantos grillos
pelos rubios coloridos
dejo mi boca en tu regazo
y te perdés
porque ahora hay un mar de olores
un mar amargo donde arde el nardo
y crece entre tus piernas, nena
con mi ramo de mirra una rosa una rosa
una rosa en mi punto de mira.
senos besos en la palma de la mano
y las palmas para el movimiento sabroso
de la palmera al viento y su palma
delgada como aceite de dendê
besos sobre besos por la piel
derraman bálsamos a cántaros
y perfuman como el cedro tu celo
la casa no tiene balcón que se preste
a la travesura santa de estos nuestros besos
que corren cosidos en la camiseta
tan inquietos los besitos
paseando rebeldes por la piel
adornándote el cuello las orejas
Poema de Leo Gonçalves (Belo Horizonte – Brasil)
Traducción: Gabriela Carrión
na biblioteca girapemba, vc diz que o “das infimidades”é uma despedida. lendo esse poema e alguns outros ai do blog, penso: se despedir do seu verdinho é se despedir de um negócio muito seu de escrever, seria isso o tal estilo? hahahaahha.
*meu distintíssimo senhor já o agradeceu, mas eu quero dizer o quanto fiquei lisonjeada por fazer parte do seu set list e ser incluída entre anderson almeida e william blake.
beijoca.
cara, que poema bonito.
Que bonito Leo 🙂