foi enquanto eu pensava nisso que eu tive acesso a um mundo inteiramente novo que pra mim começa num excelente trabalho de nei lopes chamado “novo dicionário banto”. fiquei fascinado ao saber nele que boa parte do vocabulário brasileiro se formou a partir das línguas da áfrica austral, hoje oficialmente lusófonas.
a palavra “cara”, usada sem limites em todo o território nacional, no masculino (o cara), por exemplo, teria vindo de uma língua banto: “okala”, que significa homem. a etimologia dada pelos dicionários é um pouco diferente: houaiss (que inclusive aceitou muitas entradas no seu dicionário monumental) defende que teria vindo do latim, através do grego “kara”, significando rosto (a fonte sendo a mesma da palavra feminina).
nei lopes é sambista, parceiro de martinho da vila, autor de diversas canções populares. lançou recentemente um cd, coletânea de alguns dos seus maiores sucessos. de letra e música (para ouvi-lo, clique aqui). fez o grosso (porém caro, uma pena!), “enciclopédia brasileira da diáspora africana”. e é o autor de “bantos, malês e a identidade negra”, lá nos anos setenta. sobre este, ainda voltaremos a falar, que vale a pena. mas como eu já falei demais, por hoje, vou ficar por aqui.
leozáfama, meu caro. como vai a vida? estou precisando visitá-lo.