“o amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. o amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. o amor comeu meus cartões de visita. o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
”
joão cabral de melo neto
no último sábado, na praça da estação, a coisa ficou bonita. eu e a patrícia fomos ver o sesi bonecos do brasil. nunca tínhamos visto um show do cordel do fogo encantado e fiquei impressionado. música de qualidade, muita gente bonita, muita dansa, muita poesia e muita alegria tudo junto no mesmo horário e no mesmo lugar.
só um comentário: joão cabral nunca podia imaginar que o poema dele seria falado por uma banda de rock’n roll, em plena praça da estação, pra uma platéia repleta de jovens e adolescentes. saravá lirinha!
o sábia no sertão,
quando canta me comove,
passa três meses cantando
e sem cantar passa nove
porque tem a obrigação
de só cantar quando chove
Leo, vi essa apresentação do Cordel em Recife, na segunda-feira de carnaval, no Marco Zero, cinquenta mil pessoas – a maioria adolescentes – recitando João Cabral junto com o Lirinha. É uma coisa deveras impressionante!