le fil. música boa por aqui tem de sobra. o brasil é privilegiado. um ouvido musical. que não é normal. já dizia caetano cantando. digo isso, porque tenho ouvido muita canção francesa contemporânea. e a conclusão que chego é que música boa de verdade, é raro.
nas minhas aventuras de professor de francês, encontrei muito pouca coisa que eu achasse realmente boa. é que o parâmetro de comparação é alto. em língua brasileira, é comum música e letra se casarem sem forçação de barra. mas em língua francesa, vi que os melhores cantores são aqueles de origem não européia. o problema não é a língua, é outra coisa. não arrisco a tentar explicar. e nós sabemos que não foi sempre assim(vide piaf & yves montand, satie & debussy, trovadores renascentistas & medievais).
mas tem quem fuja à regra. um cara chamado “M” e a ex-modelo carla bruni são bons exemplos. mas quero falar de um trabalho que me comoveu especialmente. estou falando do disco le fil da excelente cantora camille. trata-se de um disco que soa a eletrônico, mas que foi todo gravado com instrumentos acústicos. instrumentos não tradicionais. sons inventados. sons não-sons. feitos de boca, peito, sopro, mão. às vezes umas teclas. mais raramente.
ao ouvirmos “au port”, a surpresa não é tanta quanto a que temos ao assistir o clipe. só pude perceber que ali não tem nenhum instrumento a não ser o piano quando vi a música sendo executada pela cantora e sua banda: 2 mecs que seguram um som que preenche todo o espaço.
isso sem falar nas letras que se comportam de maneira inventiva e divertida (janine 1). roçam a boa poesia francesa. não são poemas, sendo. deixo uma pequena palhinha, mas o conselho mesmo é que fuce no site-fio dela. lá tem clipe, palhinhas, brincadeiras, fotos e mais mais. vá lá: