uma cena que não sai na imprensa: um menino de dezesseis anos pega o ônibus para sua casa na periferia de belo horizonte. acontece uma batida policial no meio do caminho. confusão e tiros. um cidadão é atingido. o garoto corre para socorrer e os policiais assustados não querem deixar. o menino nervoso começa a gritar, a insultar. um dos policiais decide: desacato à autoridade. e desce a porrada no menor de idade. assim. em público. na frente de todo mundo. em casa, horas mais tarde, o garoto ouve um sermão da mãe. algumas pessoas dizem que é necessário denunciar, mas a família acha que “essas coisas acontecem”, que é melhor “deixar na mão de deus”.
na verdade, fazendo um diagnóstico, o que deixa a gente revoltado diante dessa situação é que no fundo no fundo, todos estão morrendo de medo. o policial não sabe em quem ele bateu, o garoto não pode denunciar porque a polícia pode ameaçar a família, a família quer entregar nas mãos de deus para não continuar tendo problemas com ninguém, nem com a lei da favela, nem com a do governo. e a revolta só sobe de nível, enquanto quem manda no brasil é uma deusa chamada apatia. até quando, isso é o que eu não sei.
sem palavras, lágrimas… um beijo grande!